Passam hoje 100 anos do assassinato da marxista alemã Rosa Luxemburgo, juntamente com Karl Liebknecht, no decorrer da Revolução Alemã (1918-1919). Morreram às mãos dos protofascistas da Freikorps, a mando dos seus antigos companheiros do Partido Social-Democrata alemão (SPD). A memória da dirigente, fundadora do Partido Comunista Alemão (KPD) ainda mobiliza massas na Alemanha. Cerca de 10 mil pessoas enfrentaram este domingo o frio e a chuva, em Berlim, para honrar Rosa Luxemburgo, no local do seu assassinato.
O episódio ainda funciona como aviso histórico à esquerda radical alemã, representada pelo Die Linke, quanto às consequências da proximidade ao SPD, de centro-esquerda, que se encontra numa coligação de governo com o partido conservador CDU, da chanceler Angela Merkel.
Rosa era polaca, judia, naturalizada alemã e dirigente política numa altura em que as mulheres não podiam votar. O seu legado continua a despertar controvérsia.
A sua morte prematura, e a sua oposição feroz à Primeira Guerra Mundial, que considerava um conflito entre potências imperialista, tornaram a dirigente numa referência mundial. A sua mensagem era clara, num mundo permanentemente dividido por conflitos: “O militarismo, em ambas formas – na guerra e na paz armada -, é filho legítimo, resultado lógico do capitalismo, que só poderá ser superado com a destruição do capitalismo”.