Séries. Um ano de grandes finais – e de recomeços

Séries. Um ano de grandes finais – e de recomeços


Com “A Guerra dos Tronos” começou e com “A Guerra dos Tronos” terminará esta década que a série adaptada de George R. R. Martin fez sua. Além do final da saga, aguardado por legiões de fãs, 2019 será também o ano em que “Big Little Lies”, inicialmente pensada para apenas uma temporada, regressa. E chega…


BIG LITTLE LIES

Na literatura, “Big Little Lies” era apenas um livro, sem sequelas. Mas o sucesso da adaptação à televisão por  David E. Kelley foi tal que a HBO acabou por avançar para a segunda temporada, para a qual Liane Moriarty, a autora do romance homónimo, escreveu a história, apesar de nunca ter publicado um segundo livro. Ao elenco de luxo que reunia já Nicole Kidman, Reese Witherspoon, Shailene Woodley, Zoë Kravitz e Laura Dern juntar-se-á para esta segunda temporada Meryl Streep. Como mãe de Perry (Alexander Skarsgård). A estreia está prevista algures para o próximo verão. E entre as novidades foi anunciado, depois do movimento Time’s Up, um expressivo aumento de salários do elenco e da equipa.

TRUE DETECTIVE

Nenhuma história de amor será igual à primeira, e se tiver o lugar comum que servir a uma série televisiva que seja “True Detective”, estreada em 2014 pela mão de Nic Pizzolatto com uma estrondosa (não há outra palavra) primeira temporada protagonizada por Matthew McConaughey e Woody Harrelson. À segunda, Colin Farrell e Rachel McAdams não chegaram para travar a desilusão. Mas isso foi em 2015. Quatro anos volvidos, o regresso faz-se já neste domingo, 13 de janeiro, com a HBO a dar sinais de que nesta aposta entrou para vencer de novo. Basta ver o homem nos cartazes: Mahershala Ali, apoiado por Stephen Dorff.

MR. ROBOT

Depois de em “Bohemian Rhapsody” ter encarnado Freddie Mercury, Rami Malek, que acaba por esse mesmo papel de ser distinguido com um Globo de Ouro, é em Hollywood um dos nomes do momento. Com os olhos postos nele, entre a lista das mais aguardadas séries com novas temporadas previstas para este ano não poderá faltar então a série que o popularizou. Que, mais do que isso, lhe deu também o seu primeiro Emmy. Depois de um ano off para a série de Sam Esmail, Malek regressa então em 2019 ao papel que estará para ele como esteve o de Adam para Adam Driver em “Girls”: Elliot Alderson, para a quarta (e última) temporada de “Mr. Robot”.

THE NEW POPE

Depois de “Young Pope”, a série de estreia no formato do realizador de “A Grande Beleza” e “A Juventude”, com a história ficcionada da chegada ao Vaticano do mais jovem Papa da História – Lenny Belardo, interpretado por Jude Law – Paolo Sorrentino volta à carga com, não uma segunda temporada, mas uma nova série, em sequela da primeira, de dez episódios. “The New Pope” é o título do projeto com estreia prevista para este ano e em cujo o elenco nomes como John Malkovich ou Sharon Stone se juntarão a Jude Law e a Stefano Accorsi como primeiro-ministro de Itália e Javier Cámara e Silvio Orlando nos seus papéis de cardeais Gutierrez e Voiello.

THE HANDMAID'S TALE 

Incontornável será também neste ano o regresso à distopia que Bruce Miller adaptou da obra homónima que Margaret Atwood publicou em 1985. Depois de um surpreendente final de segunda temporada em que June (Elisabeth Moss) desperdiça a sua oportunidade de fugir de Gilead para tentar salvar a sua filha, a Hulu não fixou ainda uma data para a estreia da terceira temporada, que, cumprindo a lógica do calendário, chegaria em abril. Entretanto, numa entrevista à “Hollywood Reporter”, boas notícias de Miller para os fiéis seguidores da luta de June para se libertar do opressor regime de Gilead: para chegar ao final escrito por Atwood, “The Handmaid’s Tale” pode chegar às dez temporadas.

TRANSPARENT

A série que tanto colheu elogios pela escolha do tema – um pai de família que resolve, à entrada para a terceira idade, iniciar um processo de transição de género – como críticas pelo facto de essa mesma personagem ser interpretada por um ator cisgénero, Jeffrey Tambor (que afirmou, de resto numa entrevista à “Vanity Fair”, desejar ser “o último ator cisgénero a fazer o papel de uma mulher trans”), chega ao fim. Mas sem o protagonista, afastado do projeto criado por Jill Soloway para a Amazon à sua quinta e última temporada, depois de duas acusações de assédio sexual. Pena o desfecho à “House of Cards” para uma série que, apesar das críticas, abriu um novo caminho na ficção.

A GUERRA DOS TRONOS

Tudo tem um dia um fim e este ano televisivo ficará marcado pelo da série que, analisada ainda do presente, ficará provavelmente para a História como a que mais marcou a década. Apresentações dispensadas para a série que David Benioff e D. B. Weiss adaptaram de George R. R. Martin. Pela oitava – e última – temporada teve a legião de fãs de “A Guerra dos Tronos” que esperar um pouco mais do que o habitual (desde 2011, 2018 foi o único ano que não conheceu novos episódios). Enquanto continua a espera, a HBO divulgou por estes dias as primeiras imagens da temporada que chega já no próximo mês de abril.

STRANGER THINGS

Estreada sem grande alarido na Netflix no verão de 2016, “Stranger Things” chega agora à terceira temporada como um dos maiores fenómenos televisivos dos últimos anos. Se é um desses que perderam as duas primeiras temporadas, equilibrada entre os géneros de ficção científica e de terror, e com Winona Ryder e

David Harbour como protagonistas, de “Stranger Things” pode dizer-se ser também uma série de época. Com a ação a decorrer na década de 1980 e referências a Steven Spielberg, John Carpenter e Stephen King. A partir de 4 de julho, em todo o mundo.