Sede da AfD em Döbeln atingida por explosão

Sede da AfD em Döbeln atingida por explosão


O crime faz parte de uma onda de a vandalismo contra a AfD. Três suspeitos foram detidos por ligação ao ataque


O espancamento brutal do deputado Frank Magnitz não é o primeiro ataque contra o partido de extrema-direita alemão AfD nos últimos dias. Uma sede do partido em Döbeln, no estado da Saxónia, foi vandalizada na noite de dia 3, com a explosão de uma “substância desconhecida”, segundo a polícia alemã.

A explosão danificou a porta e as janelas da sede, tendo incendiado uma série de materiais de propaganda no interior.

Três suspeitos, habitantes locais com 29, 32 e 50 anos, foram detidos por suspeita do crime. O Ministério Público confirmou as suspeitas, mas ainda não irá acusar os suspeitos por falta de provas.  

A polícia do estado da Saxónia considerou que o ataque de Döbeln faz parte de uma série de atos de vandalismo contra sedes da AfD no estado. No entanto, afirma que este ataque foi fora do comum, dado “que a explosão implicou a aceitação de que podia haver pessoas feridas”. O caso está a ser investigado pela task force de investigação de extremismo e terrorismo da polícia do estado.

O ministro do Interior da Saxónia, Roland Wöller, afirmou em relação ao ataque: “Estamos a lidar com um nível completamente novo de violência contra políticos”, acrescentando que “a violência não é um meio na democracia. A AfD deve ser combatida politicamente e não com explosivos”.

Esta onda de vandalismos e a agressão contra Frank Magnitz surgem num processo de crescente polarização na sociedade alemã. O diretor da organização não governamental CEP (Projeto Contra o Extremismo), David Ibsen, considera que os membros da extrema-direita têm evitado atos violentos para “aumentar o alcance da sua mensagem, e como tal, aumentar o potencial de radicalização”. 

Esta poderá ser a causa do crescente sucesso eleitoral da AfD, tal como da diminuição de crimes xenófobos por membros da extrema-direita, como se vê no relatório da Proteção da Constituição de 2017, o mais recente da agência de informações alemã. O relatório registou, por outro lado, um crescimento de simpatizantes de extrema-esquerda, os suspeitos mais óbvios dos ataques contra a AfD.