Terminou hoje a greve dos guardas prisionais, mas já se vê no horizonte a próxima paralisação. Júlio Rebelo, presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP) revelou ao i que o sindicato vai realizar um novo período de greve entre os dias 16 de janeiro e 3 de fevereiro. No mesmo dia que termina a greve iniciada a 15 de dezembro, é anunciada outra, sem deixar de parte novas paralisações durante o ano.
Caso a tutela não se mostre disponível para resolver as principais reivindicações, Júlio Rebelo garante que vão “continuar com a marcação de greves”
As sucessivas greves são o reflexo das reivindicações pela revisão dos estatutos, pela criação de novas categorias, atualização da tabela remuneratória e do subsidio de turno, assim como pela alteração dos horários de trabalho. Em relação a este último ponto, Júlio Rebelo garante que “em termos de horário de trabalho, é melhor financeiramente para o governo o que os sindicatos reivindicam”, acrescentando que, mesmo assim, “a tutela não quer renegociar os horários de trabalho, quando os horários de trabalho previstos agora têm uma depesa muito maior para a tutela do que os que queremos”.
Depois de terminar uma greve que deu origem a vários confrontos dentro das cadeias por ter afetado as visitas e as festas de natal dos reclusos, o presidente do SICGP garantiu que não está em andamento qualquer processo de negociação com o Ministério da Justiça. Além disso, depois da reunião de dezembro, o ministério não voltou a convocar o sindicato para tentar chegar a um acordo.
O balanço da greve de quase um mês dos guardas prisionais foi, segundo Júlio Rebelo, “extremamente positivo” e teve uma adesão de cerca de 70%, sendo que aos fins de semana subiu para os 95%. A paralisação convocada pelo SICGP, sindicato que representa um maior número de guardas prisionais, coincidiu também com a greve do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, realizada entre os dias 6 de dezembro e o final do ano. “Mostrou que o corpo de guardas está unido e que realmente, independentemente de todas as situações criadas por parte da Direção dos Serviços Prisionais, soube suportar tudo e manteve sempre a união. Foi um sucesso”, concluiu o presidente do sindicato.
Sobre a nova greve, o sindicato está confiante de que será uma paralisação com mais adesão: “Pelo feed-back que eu tenho, com base nas conversações que tenho tido com os meus colegas, será ainda melhor”.