Os donos dos cãezinhos


Ter um animal de estimação é fantástico, mas acarreta uma panóplia de cuidados que, tenho para mim, nem toda a gente sabe ou tem responsabilidade para tal. Desde logo o respeito pelo bem-estar do animal. Quem opta por ter um, deve assegurar o seu conforto, dar carinho e atenção, assim como garantir que viva feliz…


Ter um animal de estimação é fantástico, mas acarreta uma panóplia de cuidados que, tenho para mim, nem toda a gente sabe ou tem responsabilidade para tal.

Desde logo o respeito pelo bem-estar do animal. Quem opta por ter um, deve assegurar o seu conforto, dar carinho e atenção, assim como garantir que viva feliz e com dignidade. Não querendo abrir a polémica discussão dos direitos dos animais, uma coisa é certa, quem não cumpre com as obrigações e responsabilidades inerente a ter uma animal de estimação, deve ser penalizado por isso. É uma questão de bom senso e civilização.

Os animais não vêm com manual de instruções e cabe aos seus donos domesticá-los, treiná-los e assegurar que, no mínimo, não criem problemas em seu redor. O que não falta para aí são episódios de ataques de animais, em concreto de cães, a pessoas. Mas, uma vez mais, a responsabilidade é, antes de tudo, dos seus donos que não tiveram o cuidado de os treinar ou domesticar convenientemente. Não existem animais ferozes, existem sim donos irresponsáveis.

A recente histeria em torno da defesa dos direitos dos animais, empolada pelo PAN, parece querer fazer esquecer que há uma peça fundamental em torno desta questão – os donos!

Quer-me parecer que, não querendo generalizar, há por aí uma febre de donos que deve achar que os animais estão acima de tudo e pouco se importam se incomodam ou não o resto da sociedade.

Já avançámos consideravelmente neste contexto e a comprová-lo estão os passeios de Lisboa, em tempos autênticas autoestradas de dejetos caninos, hoje, felizmente, são cada vez menos as poias entre as quais tínhamos que fazer gincanas. Colocaram-se equipamentos com sacos para recolher os dejetos, mas, que ainda assim, há donos que acham que vale a pena aprovisionar sacos (vá se lá saber porquê) e estes desaparecem à velocidade da luz.

Outro exemplo são os parques caninos, que vimos nascer por toda a cidade e que promovem um convívio animado entre os animais e os donos. E esta é a razão de ser deste artigo – os parques caninos.

Este ano, aproveitando o período de festas de Natal e Ano Novo, passei uns dias em casa de um amigo. Um amante de cães e dedicado dono. A pouco mais de um metro da sua casa foi instalado um parque canino. Uma decisão incompreensível e surreal. O seu dia-a-dia passou a ser um autêntico inferno com horas marcadas. 

A alvorada começa por volta das sete da manhã, com quatro assíduos visitantes (dois cães e dois donos). Enquanto os cães fazem aquilo que, normalmente, os cães fazem, os donos trocam impressões sobre a vida, impávidos e serenos como se nada se passasse. O problema é que os cães, sem noção, ladram incessantemente durante todo tempo em que ali estão. Às sete da manhã!

Durante a semana, o festival repete-se ao fim do dia e, por vezes, estende-se até às onze da noite, com um agravamento exponencial do número de cães e donos, que chegam a ser uma dezena. Destes, há sempre dois ou três que iniciam uma autêntica festa de latidos, contagiando os restantes cães, tornando um fim de tarde (ou noite) que tinha tudo para ser agradável num autêntico pesadelo.

Ao fim de semana o caos é contínuo. Faça chuva ou faça sol, o corrupio de cães e donos que se deslocam para o parque é ininterrupto. O direito fundamental ao descanso não existe. Presenciei este fenómeno e, garanto-vos, é insuportável. A título de exemplo, o que era para ter sido um almoço agradável, num domingo soalheiro no seu terraço, foi transformado num cenário dantesco em que mal nos conseguíamos ouvir. E de quem é a culpa? Dos donos naturalmente, porque os cães não têm noção do distúrbio que provocam em redor.

O mais caricato é que já tentou de tudo para amenizar o problema, mas o resultado não foi o esperado. Tentou a abordagem educada e direta com os donos, mas rapidamente percebeu que mais valia a pena falar com os cães. Tentou junto da instituição que instalou o equipamento, sensibilizar para o problema e para a possibilidade de deslocarem o parque alguns metros (onde poderiam inclusive aumentar o tamanho do mesmo), mas nem resposta obteve.

Conclusão: ele há donos dos cãezinhos que precisavam de ser domesticados.

Escreve à quinta-feira 

 


Os donos dos cãezinhos


Ter um animal de estimação é fantástico, mas acarreta uma panóplia de cuidados que, tenho para mim, nem toda a gente sabe ou tem responsabilidade para tal. Desde logo o respeito pelo bem-estar do animal. Quem opta por ter um, deve assegurar o seu conforto, dar carinho e atenção, assim como garantir que viva feliz…


Ter um animal de estimação é fantástico, mas acarreta uma panóplia de cuidados que, tenho para mim, nem toda a gente sabe ou tem responsabilidade para tal.

Desde logo o respeito pelo bem-estar do animal. Quem opta por ter um, deve assegurar o seu conforto, dar carinho e atenção, assim como garantir que viva feliz e com dignidade. Não querendo abrir a polémica discussão dos direitos dos animais, uma coisa é certa, quem não cumpre com as obrigações e responsabilidades inerente a ter uma animal de estimação, deve ser penalizado por isso. É uma questão de bom senso e civilização.

Os animais não vêm com manual de instruções e cabe aos seus donos domesticá-los, treiná-los e assegurar que, no mínimo, não criem problemas em seu redor. O que não falta para aí são episódios de ataques de animais, em concreto de cães, a pessoas. Mas, uma vez mais, a responsabilidade é, antes de tudo, dos seus donos que não tiveram o cuidado de os treinar ou domesticar convenientemente. Não existem animais ferozes, existem sim donos irresponsáveis.

A recente histeria em torno da defesa dos direitos dos animais, empolada pelo PAN, parece querer fazer esquecer que há uma peça fundamental em torno desta questão – os donos!

Quer-me parecer que, não querendo generalizar, há por aí uma febre de donos que deve achar que os animais estão acima de tudo e pouco se importam se incomodam ou não o resto da sociedade.

Já avançámos consideravelmente neste contexto e a comprová-lo estão os passeios de Lisboa, em tempos autênticas autoestradas de dejetos caninos, hoje, felizmente, são cada vez menos as poias entre as quais tínhamos que fazer gincanas. Colocaram-se equipamentos com sacos para recolher os dejetos, mas, que ainda assim, há donos que acham que vale a pena aprovisionar sacos (vá se lá saber porquê) e estes desaparecem à velocidade da luz.

Outro exemplo são os parques caninos, que vimos nascer por toda a cidade e que promovem um convívio animado entre os animais e os donos. E esta é a razão de ser deste artigo – os parques caninos.

Este ano, aproveitando o período de festas de Natal e Ano Novo, passei uns dias em casa de um amigo. Um amante de cães e dedicado dono. A pouco mais de um metro da sua casa foi instalado um parque canino. Uma decisão incompreensível e surreal. O seu dia-a-dia passou a ser um autêntico inferno com horas marcadas. 

A alvorada começa por volta das sete da manhã, com quatro assíduos visitantes (dois cães e dois donos). Enquanto os cães fazem aquilo que, normalmente, os cães fazem, os donos trocam impressões sobre a vida, impávidos e serenos como se nada se passasse. O problema é que os cães, sem noção, ladram incessantemente durante todo tempo em que ali estão. Às sete da manhã!

Durante a semana, o festival repete-se ao fim do dia e, por vezes, estende-se até às onze da noite, com um agravamento exponencial do número de cães e donos, que chegam a ser uma dezena. Destes, há sempre dois ou três que iniciam uma autêntica festa de latidos, contagiando os restantes cães, tornando um fim de tarde (ou noite) que tinha tudo para ser agradável num autêntico pesadelo.

Ao fim de semana o caos é contínuo. Faça chuva ou faça sol, o corrupio de cães e donos que se deslocam para o parque é ininterrupto. O direito fundamental ao descanso não existe. Presenciei este fenómeno e, garanto-vos, é insuportável. A título de exemplo, o que era para ter sido um almoço agradável, num domingo soalheiro no seu terraço, foi transformado num cenário dantesco em que mal nos conseguíamos ouvir. E de quem é a culpa? Dos donos naturalmente, porque os cães não têm noção do distúrbio que provocam em redor.

O mais caricato é que já tentou de tudo para amenizar o problema, mas o resultado não foi o esperado. Tentou a abordagem educada e direta com os donos, mas rapidamente percebeu que mais valia a pena falar com os cães. Tentou junto da instituição que instalou o equipamento, sensibilizar para o problema e para a possibilidade de deslocarem o parque alguns metros (onde poderiam inclusive aumentar o tamanho do mesmo), mas nem resposta obteve.

Conclusão: ele há donos dos cãezinhos que precisavam de ser domesticados.

Escreve à quinta-feira