O Ministério Público da Arábia Saudita anunciou, esta quinta-feira, que irá pedir a pena de morte para cinco dos onze acusados pelo homicídio do jornalista Jamal Khashoggi. Outros sete suspeitos foram detidos, dos 18 detidos inicialmente, foram libertados sem nenhuma acusação.
O jornalista assassinado era um conhecido crítico do príncipe regente, Mohammed bin Salman, e terá sido morto e desmembrado na embaixada saudita em Istambul, na Turquia. O paradeiro dos seus restos mortais ainda é desconhecido.
Os suspeitos, “acusados de ordenar e cometer o crime”, não foram identificados pelas autoridades. Os advogados dos onze suspeitos detidos pediram cópias da acusação, tal como um período mais longo para preparar a defesa.
As agências noticiosas estatais afirmam que a Arábia Saudita pediu ao Ministério Público turco “todas as provas relacionadas com o caso”. Expressaram ainda preocupação por Ancara não ter respondido aos seus pedidos.
A Turquia exigiu a extradição dos 18 suspeitos detidos pelo assassinato de Khashoggi, para serem julgados pelos crimes cometidos no seu território. No entanto, porta-vozes do governo turco afirmam ter partilhado as provas relacionadas com o crime com a Arábia Saudita e outros países.
Um relatório da CIA concluiu que o príncipe regente saudita estaria envolvido no assassinato do jornalista, cronista do “Washington Post”. “É impossível que isto tenha acontecido sem ele saber ou estar envolvido” afirmou uma fonte da agência ao jornal norte-americano. A mesma que descreve o príncipe herdeiro como volátil e arrogante, “alguém que não compreende que há coisas que não se podem fazer”.
Apesar de negar durante semanas a morte de Khashoggi, a Arábia Saudita deu a volta à sua história, e falou nos responsáveis como operativos fora de controlo e numa morte acidental
O rei Salman já ordenou a reestruturação dos serviços secretos sauditas, levando ao despedimento do seu vice-diretor, Ahmed al-Asiri. Foram afastados também Saud al-Qahtani, conselheiro próximo do príncipe regente, e Mohammed al-Otaibi, cônsul em Istambul.
O rei continua a proteger aquele a quem, por ser o seu filho favorito, resolveu entregar a regência do reino, no entanto, para tentar melhorar a imagem internacional do executivo, foi buscar o antigo ministro das Finanças Ibrahim al-Assaf para assumir a pasta dos Negócios Estrangeiros.