Com uma economia vibrante e dependente do setor financeiro, Hong Kong passou em 1997 para controlo chinês. Se a economia avança sem percalços, o mesmo não se pode dizer do sistema político, onde são muitas as denúncias de as liberdades estarem a “encolher” e, num já tradicional protesto, mais de cinco mil manifestantes protestaram nas ruas no primeiro dia de 2019, denunciando os ataques e restrições às suas liberdades.
“Ainda podemos levantar estas bandeiras [do Tibete e Taiwan] por haver liberdade de expressão em Hong Kong”, disse um manifestante, citado pelo “South China Morning Post”, alertando, porém, que essa liberdade está em risco.
O movimento parece estar a ganhar força à medida que o julgamento de Tai, professor universitário que se destacou em 2013 ao convocar uma campanha de desobediência civil, e outros enfrentam possíveis penas de prisão. “O objetivo da desobediência civil não é obstruir, mas chamar a atenção para as preocupações de injustiça na sociedade e para ganhar a simpatia do público”, disse Tai numa audiência judicial em dezembro.
O governo de Hong Kong tem endurecido a repressão dos movimentos pró-democracia na região, escudado nas leis de segurança pública. No entanto, o maior receio do movimento é que o governo opte por ativar o artigo 23.º da Lei Básica, permitindo proibir qualquer ato que considere ser de traição, secessão, sedição ou subversão. Ou seja, os protestos seriam proibidos e as liberdades fundamentais fortemente restringidas.
Em 2017, Alex Chow, Nathan Law e Joshua Wong foram condenados por um tribunal a serviço comunitário e uma pena de prisão de três semanas por terem liderado o movimento de protesto dos acampados de 2014.