Co-Star. Os algoritmos alinhados para democratizar a astrologia

Co-Star. Os algoritmos alinhados para democratizar a astrologia


Mapas astrais e horóscopos ultra personalizados numa app que vai buscar dados à NASA. A ideia partiu de três jovens de Nova Iorque e foi um dos sucessos digitais do ano que passou


O tempo da leitura de horóscopos por piada em revistas cor de rosa pode bem ter os dias contados. Num tempo em que confirmar se vai chover, e a que horas, antes de sair de casa se tornou parte da rotina, por que não fazer o mesmo com o alinhamento dos planetas? E se alguém inventasse uma forma de, por um processo de inteligência artificial, relacionar o mapa astral completo de cada pessoa com as informações do posicionamento dos planetas fornecidas pela NASA para um horóscopo diário ultra personalizado?

Foi a ideia que tiveram Banu Guler, Ben Weitzman e Anna Kopp, três amigos que trabalhavam juntos na VFILES, uma loja online de moda, em Nova Iorque. No outono de 2017, lançaram a Co-Star. “A primeira app movida por inteligência artificial que compreende a forma como as pessoas já se ligam e falam sobre astrologia”, dizem, e que parece estar também a democratizá-la.

Depois da Co-Star, que recolheu críticas positivas entre uma série de publicações norte-americanas (do “New York Times” e da “Vanity Fair” à “i-D”, a “Refinery29” ou a “Vice”), o fosso entre as análises demasiado genéricas dos horóscopos de revista — aquilo que habitualmente se diz ser o signo de alguém corresponde apenas ao posicionamento do Sol no seu mapa astral, que compreende todo um sistema de planetas e asteroides até — e o tempo e a despesa que implicam uma consulta com um astrólogo parece estar a ser preenchido.

A prova é que, pouco mais de um ano depois de ter sido lançada, a Co-Star era por estes dias a décima terceira aplicação no ranking de Lifestyle da App Store, com 17,7 mil reviews e uma classificação de 4,9 em 5. Para “breve” anunciam já o lançamento da versão Android. Até lá, no site da Co-Star está disponível a opção de gerar, a partir da data e hora de nascimento, o seu mapa astral, com o envio de relatórios diários via email a partir dessa informação.

Não lhes faltam argumentos. Hoje em dia “toda a gente consulta os seus horóscopos na Broadly [um dos sites da revista ‘Vice’, que através dos seus horóscopos tem contribuído para a popularização da astrologia entre as gerações mais jovens] e da Susan Miller [autora do Astrology Zone], faz os seus mapas astrais naqueles sites ultrapassados dos anos 90, e sabe se Mercúrio está retrógrado. Mas não havia realmente uma aplicação que abordasse a astrologia da forma que sabemos que ela está a ser falada”, explicou Banu Guler à “Vice” sobre a necessidade e janela de oportunidade que identificou com os colegas da Co-Star.

Para lá da análise diária sobre que influência o posicionamento dos astros poderá ter no mapa astral de cada um a cada dia, a Co-Star permite encontrar amigos que utilizem a aplicação e, a partir daí, testar compatibilidades. Não genericamente, mas nas áreas regidas por cada um dos planetas. Como resumiu o “Girlboss”, fundado por Sophia Amoruso, a it girl que fez nascer a Nasty Gal: “Os planetas alinharam-se para pôr na moda os horóscopos.”