O ano do Presidente contado por quem se cruzou com ele por aí

O ano do Presidente contado por quem se cruzou com ele por aí


Marcelo Rebelo de Sousa é recordado pelos anónimos que se cruzam com ele como uma pessoa afetuosa e carinhosa, preocupada com todos. O i falou com algumas dessas pessoas e relembra alguns episódios “não oficiais” do seu ano


“À saída do slide ele escorregou e caiu de novo para a água”, recorda João Graça. “Toda a gente se riu da situação, incluindo o Presidente”, conta ao i o sub-responsável de praia da Praia das Rocas, onde o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, durante o verão, parou para dar uns mergulhos e almoçar.

A agenda durante o ano foi preenchida, mas não ao ponto de obstar à proximidade que o Presidente faz questão de manter com os portugueses. Durante o ano em que soprou 70 velas, Marcelo Rebelo de Sousa teve tempo para tirar selfies e falar com as pessoas que viam nele quase que um amigo.

“O Presidente não mostra qualquer resistência, esteve sempre super à vontade e até se viu ‘à rasca’ para entrar dentro de água pela quantidade de selfies que lhe pediram”, lembra João Graça.

Quem também esteve com Marcelo Rebelo de Sousa nesse dia foi Pedro Simões, o responsável de praia, que o descreve como uma pessoa extremamente acessível e afetuosa. “Para com as crianças, há sempre um gesto de carinho, de pôr a mão em cima da cabeça”. A cumprir a promessa de visitar as praias fluviais do centro do país depois dos incêndios de 2017, o Presidente tirou fotografias dentro e fora de água e ouviu todas as pessoas que quiseram falar com ele. “É uma pessoa muito próxima dos portugueses”, conta Pedro Simões.

“Lembro-me de um evento, aqui na praia, em que eu e a minha colega estávamos a receber as pessoas e o fotógrafo do Presidente não constava da lista. Prontamente, o Presidente apareceu e a brincar disse que lhe pagava o jantar”, conta Pedro, como sendo uma das situações que melhor se recorda da passagem de Marcelo Rebelo de Sousa por ali.

Uma humanidade “fora de série” “Por alguma razão ele é nomeado como o presidente dos afetos, é uma pessoa sempre disponível e preocupada”, conta ao i Rosa Teixeira, assistente bibliotecária há 22 anos na Biblioteca Municipal Prof. Marcelo Rebelo de Sousa em Celorico de Basto, terra onde nasceu o Presidente. Rosa recorda toda a ajuda que Marcelo deu à biblioteca até hoje e aponta as doações de livros e a preocupação com a terra como motivo para “Celorico chegar onde chegou”. “Temos leitores de Braga e do Porto que vêm cá porque só aqui é que há o livro de que precisam”, diz Rosa.

“Em Celorico toda a gente tem uma selfie com ele”, conta a bibliotecária, que conhece o Presidente há mais de 20 anos. “Ele fura protocolos e é o primeiro a chegar e a dar uma palavra de carinho”, diz-nos. “Com as crianças e com os idosos nota-se que tem uma humanidade fora de série”.

Sentado no chão a falar com sem-abrigo “O que mais me tocou nesta visita, foi ver o Presidente da República a servir os nossos convidados à mesa com um colete do CASA vestido, como se fosse mais um voluntário, a abraçá-los um a um (eram cerca de 300), e, no fim, a sentar-se à mesa com um tabuleiro com exatamente a mesma refeição que tinha servido e a ouvir com atenção total os dirigentes do Centro de Apoio ao Sem-abrigo”, lembra Marta Guimarães Canário, voluntária da delegação de Lisboa do Centro de Apoio ao Sem-abrigo, CASA. O episódio aconteceu durante a visita do Presidente para o almoço de Natal.

Marta recorda ainda que o Presidente se aproximou e lhe deu um beijo e um abraço quando esta lhe pediu a famosa selfie. “É claramente uma pessoa de afetos, de contacto, de abraços, de toque. E fiquei sem qualquer dúvida de que o faz de forma genuína”, afirma Marta. “É, acima de tudo, um ser muito humano”, garante.

Também na festa de Natal da Comunidade Vida e Paz Marcelo vestiu literalmente a camisola e conviveu com os sem-abrigo e voluntários presentes. “Embora seja Presidente é preocupado com os outros. Já o vi sentado no chão a falar com sem-abrigo que estavam deitados nas ruas”, relembra Henrique Joaquim, diretor geral da Comunidade Vida e Paz.

Henrique Joaquim conta que durante este evento o Presidente ouviu as centenas de pessoas que quiseram dar-lhe a conhecer os seus problemas e preocupações e que no discurso final se notou que Marcelo tinha estado atento a cada uma delas. “Ele ouve as pessoas, por vezes encaminha-as para os assessores ou para outros membros do governo. Há até mesmo quem seja convidado para ir ao Palácio de Belém”, confidencia.

Joaquim já esteve diversas vezes em contacto com o Presidente e, além de garantir que até em reuniões de trabalho a parte humana e preocupada vem sempre ao de cima, afirma que já o viu em situações em que as pessoas “refilavam e falavam mal dos políticos e Marcelo aproximou-se e deixou-as expor as suas queixas e problemas”.

“para o povo, a postura dele é uma mais-valia” Entre as visitas oficias, o Presidente tenta arranjar tempo para fazer pequenos desvios. Foi num desses momentos não programados que Guilhermino Pinto conheceu o Presidente e gravou o momento numa foto que publicou no Facebook. Em julho, antes de marcar presença nos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Marcelo deu um salto ao Aeródromo de Bragança. “Ele cumprimentou toda a gente, éramos uns duzentos. É uma marca que ele tem, em oposição a Cavaco, que tinha uma imagem mais sombria”, diz Guilhermino ao i. “Para o povo, do qual eu faço parte, a postura dele é uma mais-valia. Era disto que nós precisávamos, um Presidente que sabe o que faz, mas que pensa fora da caixa”, afirma.

A postura de Marcelo é o que mais chama as pessoas que se aproximam dele para conversar ou apenas tirar uma foto, passando ao lado do facto de este ser a mais alta figura do Estado.

“Quando o vi pensei logo em pedir uma fotografia com ele”, conta ao i Filipa Fonseca Silva, autora do livro “Odeio o Meu Chefe”. Filipa cruzou-se com o Presidente durante a feira do livro no Palácio de Belém. “Logo que lhe pedi para tirar a fotografia ele aceitou, mas pediu-me para ser rápida para não interromper a conferência a que estávamos a assistir”, recorda. “Ao ouvido deu-me os parabéns pelo meu livro, um gesto que achei muito simpático”.

Filipa Silva lembra também que a presença do Presidente não era esperada, uma vez que tinha outras visitas agendadas e garantira comparecer no encerramento oficial da feira, no dia a seguir. Quando chegou e se sentou, a postura era a de um mero cidadão: “Houve até quem não desse pela sua presença”, conta. “Ele deve ter chegado de uma visita e decidiu ir lá”, supõe.

Filipa conta que também a irmã conheceu o Presidente quando este foi ao Barreiro beber a tradicional ginjinha e que prontamente Marcelo Rebelo de Sousa se disponibilizou a tirar uma foto com ela. Além disso, Filipa não esquece as histórias que os amigos que andavam na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa lhe contavam quando falavam do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. “Eles contavam-me que ele era o professor mais porreiro. Organizava jantares de final de ano e estava sempre disponível e pronto a ajudar”.