Em 2017 foram 90 mil os portugueses que emigraram, menos 10 mil que em 2016. Segundo o relatório elaborado pelo Observatório da Emigração, a “emigração portuguesa continua numa tendência de descida sustentada”. A “descida do desemprego”, a “revitalização do mercado de trabalho” e a “retoma da economia portuguesa, sobretudo no plano da criação de emprego”, são dadas como as principais causas.
No entanto, a “redução da atração de países de destino como o Reino Unido, devido ao efeito ‘Brexit’, e Angola, devido à crise económica desencadeada com a desvalorização dos preços do petróleo” ajudam a que o número de portugueses a sair do país seja menor, segundo o relatório.
Ainda assim, o Reino Unido continua a ser o principal destino dos portugueses dentro da Europa, com mais de 22 mil entradas em 2017, um número menor do que o registado em 2016 – mais de 30 mil. Fora da Europa, a preferência vai para Angola, embora tenha registado uma das maiores descidas (de quase quatro mil pessoas para perto de três mil).
Além do Reino Unido, os principais destinos europeus dos emigrantes portugueses são a Alemanha, França, Suíça e Espanha e a Angola, Moçambique e Brasil, os principais no que diz respeito ao espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Segundo o relatório, a população emigrada continua envelhecida e “maioritariamente composta por ativos pouco qualificados, quando caracterizada em termos globais, já que existem diferenças significativas por país” ainda que se verifique um crescimento da proporção dos mais qualificados.
De acordo com as estimativas das Nações Unidas para 2017, Portugal continua a ser o país da União Europeia com mais emigrantes face à população residente com 2,3 milhões de emigrantes nascidos em Portugal ou seja 22% da população a viver emigrada. Os portugueses foram a segunda nacionalidade mais representada no Luxemburgo, a quarta na Suíça e a sétima no Reino Unido.
A descida do número total de emigrantes acontece desde 2013, quando foi atingido um pico de 120 mil emigrantes.