Sindicalistas de segunda a sexta–feira. Militantes ao sábado e ao domingo


Nunca houve muito pudor por parte dos partidos de esquerda em separarem a militância partidária do exercício do dirigismo sindical. Por outras palavras, em qualquer congresso partidário do PCP, do PS e do Bloco de Esquerda, é comum vermos a agitar bandeirinhas partidárias, as mesmas pessoas que costumamos ver na televisão a liderarem manifestações e…


Nunca houve muito pudor por parte dos partidos de esquerda em separarem a militância partidária do exercício do dirigismo sindical.

Por outras palavras, em qualquer congresso partidário do PCP, do PS e do Bloco de Esquerda, é comum vermos a agitar bandeirinhas partidárias, as mesmas pessoas que costumamos ver na televisão a liderarem manifestações e a participarem em reuniões de concertação social. Este fenómeno é transversal às duas intersindicais.

Esta simples constatação, leva-me a outro ponto. Não será que esta promiscuidade preverte o jogo democrático? Não estarão os partidos de esquerda a usar a força sindical por e simplesmente para satisfazer os seus objectivos eleitorais? Obviamente que sim.

Mas se até agora este jogo tinha alguma legitimidade, porque no final de contas o PCP era sempre oposição, com a Geringonça tudo se inverteu. Ou seja, caímos no ridículo de vermos os militantes dos partidos que apoiam este governo a lutarem contra o governo que eles acham que é mau, mas que querem que continue a governar, mesmo sendo mau, só porque é da mesma cor partidária deles.

O país está nas ruas, o Centeno continua as suas cativações, as greves multiplicam-se como cogumelos e tudo que é do Estado encontra-se cada vez mais degradado e disfuncional. Mas afinal a esquerda no poder não ia mudar isto tudo? Não iam ficar todos os trabalhadores contentes? Parece que não. Contentes mesmo só estão os sindicalistas militantes dos partidos que estão no poder – porque no final do dia são sempre eles que saem a ganhar.

 

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Sindicalistas de segunda a sexta–feira. Militantes ao sábado e ao domingo


Nunca houve muito pudor por parte dos partidos de esquerda em separarem a militância partidária do exercício do dirigismo sindical. Por outras palavras, em qualquer congresso partidário do PCP, do PS e do Bloco de Esquerda, é comum vermos a agitar bandeirinhas partidárias, as mesmas pessoas que costumamos ver na televisão a liderarem manifestações e…


Nunca houve muito pudor por parte dos partidos de esquerda em separarem a militância partidária do exercício do dirigismo sindical.

Por outras palavras, em qualquer congresso partidário do PCP, do PS e do Bloco de Esquerda, é comum vermos a agitar bandeirinhas partidárias, as mesmas pessoas que costumamos ver na televisão a liderarem manifestações e a participarem em reuniões de concertação social. Este fenómeno é transversal às duas intersindicais.

Esta simples constatação, leva-me a outro ponto. Não será que esta promiscuidade preverte o jogo democrático? Não estarão os partidos de esquerda a usar a força sindical por e simplesmente para satisfazer os seus objectivos eleitorais? Obviamente que sim.

Mas se até agora este jogo tinha alguma legitimidade, porque no final de contas o PCP era sempre oposição, com a Geringonça tudo se inverteu. Ou seja, caímos no ridículo de vermos os militantes dos partidos que apoiam este governo a lutarem contra o governo que eles acham que é mau, mas que querem que continue a governar, mesmo sendo mau, só porque é da mesma cor partidária deles.

O país está nas ruas, o Centeno continua as suas cativações, as greves multiplicam-se como cogumelos e tudo que é do Estado encontra-se cada vez mais degradado e disfuncional. Mas afinal a esquerda no poder não ia mudar isto tudo? Não iam ficar todos os trabalhadores contentes? Parece que não. Contentes mesmo só estão os sindicalistas militantes dos partidos que estão no poder – porque no final do dia são sempre eles que saem a ganhar.

 

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