O espólio do investigador, professor e historiador de arte Carlos de Azevedo foi doado pelos seus herdeiros à Biblioteca de Arte e Arquivos da Fundação Calouste Gulbenkian, no ano em que comemora o centenário do seu nascimento, anunciou hoje a instituição. O espólio de Carlos de Azevedo (1918-1995) constitui um conjunto “de especial importância para o estudo da história da arte em Portugal do período moderno”, diz a Gulbenkian na nota enviada sobre a doação.
O historiador de arte iniciou o seu percurso em 1946, na Universidade de Oxford, tendo estabelecido desde então importantes ligações académicas com figuras tutelares da área, quer no estrangeiro quer em Portugal. Do seu círculo de contactos constavam nomes como Robert Smith, historiador que se dedicou ao estudo do barroco em Portugal e no Brasil ou Charles Boxer e Harold Livermore, os historiadores britânicos que deixaram um importante contributo da história portuguesa do período colonial. A correspondência entre Carlos de Azevedo e estes seus contemporâneos faz parte do espólio agora doado à Biblioteca.
Além da carreira na Academia, deixou um vasto contributo sobre a arquitetura civil no país, a história do património português no Oriente, e sobre a história dos órgãos de igreja.
Em 1969, publicou a obra 'Solares portugueses: introdução ao estudo da casa nobre', que foi considerada a primeira investigação aprofundada sobre a arquitetura civil erudita em Portugal, nota a entidade que, já na altura, patrocinou este levantamento.
O protocolo vai ser oficialmente firmado entre os herdeiros e a Fundação no dia 19 de dezembro, às 12:30.
Já em maio desde ano, também a propósito do centenário do seu nascimento, tinha sido organizado um colóquio em sua homenagem subordinado aos temas “Carlos de Azevedo – Homem dos Museus, Historiador de Arte e Professor” e “A Missão de Estudos à Índia Portuguesa em 1951” que decorreu no Museu de São Roque.