Liga dos Campeões. O primeiro mata-mata ficou guardado para Anfield

Liga dos Campeões. O primeiro mata-mata ficou guardado para Anfield


O grupo da morte não defraudou as expetativas: o Nápoles só preicsa de um empate, enquanto o vice de 2017/18 tem de vencer pelo menos por dois golos de diferença. E o PSG sabe que não vai à Sérvia em passeio…


Assim que ficaram conhecidos todos os grupos desta edição da Liga dos Campeões, o vaticínio foi imediato: o grupo C seria o chamado grupo da morte. Ali estavam inseridos o Liverpool, finalista vencido de 2017/18; o PSG, crónico candidato desde que passou a ser gerido de acordo com os petrodólares das Arábias; e o Nápoles, de há vários anos a esta parte a segunda mais forte equipa de Itália. Além do Estrela Vermelha, inofensivo fora de portas, mas quase inexpugnável quando joga no inferno de Belgrado.

As expectativas não foram defraudadas – antes pelo contrário: à entrada para a última jornada, nenhuma equipa está ainda apurada para os oitavos-de-final e só os sérvios sabem que já não têm oportunidade de lutar pela qualificação, restando-lhes, porém, ainda a hipótese de conseguir o passaporte para a Liga Europa. As contas, por agora, são simples, embora possam complicar com os resultados de hoje. À frente do grupo, com duas vitórias e três empates (única equipa imbatível), está o Nápoles de Carlo Ancelotti (e Mário Rui), que precisa apenas de um empate esta noite em Anfield para conseguir o apuramento – uma vitória garantir-lhe-á o primeiro lugar. Do outro lado, um Liverpool que voltou a sonhar com uma conquista europeia na época passada, sob o comando do entusiasmante Jurgen Klopp, mas que agora corre sérios riscos de cair: precisa de vencer no mínimo por dois golos de diferença para ficar em vantagem sobre o Nápoles, pois perdeu por 1-0 em Itália na primeira volta.

“Entre as más notícias, a boa é que o jogo é em casa. Se temos a oportunidade, cabe-nos agarrá-la. Acredito que amanhã [hoje], salvo algum acidente ou decisão improvável, será merecido o que nos acontecer. O grupo é difícil. Temos oportunidade de passar, devemos criar e usar a atmosfera de Anfield para passar”, frisava ontem o técnico alemão, bem consciente das dificuldades que esperam os reds. “O Nápoles tem jogado muito bem,  nas duas últimas épocas com Maurizio Sarri e agora com Ancelotti. São bons no ataque, no contra-ataque e na defesa. Sabemos que não somos a equipa mais experiente, mas sabemos o que precisamos de fazer. Estamos confiantes, se bem que também estávamos confiantes antes do jogo em Belgrado e isso não ajudou”, recordou Klopp, em alusão à derrota com o Estrela Vermelha (2-0), na quarta ronda.

O campeão sérvio, de resto, é o conjunto que mais tem contribuído para baralhar as contas do grupo. Começou por empatar o Nápoles (0-0), antes de sofrer duas goleadas fora de portas (6-1 em Paris e 4-0 em Anfield), conseguindo depois o tal triunfo por 2-0 sobre os reds, a que se seguiu novo desaire, agora em Itália (3-1). Nessa quinta jornada, o PSG venceu o Liverpool por 2-1 e ultrapassou o vice-campeão europeu, deslocando-se hoje precisamente a Belgrado. À partida, um empate pode chegar para os parisienses se apurarem; se conjugado com um triunfo dos ingleses, os três tubarões ficam com os mesmos nove pontos. Aí, seria necessário ver o somatório de pontos num minicampeonato entre os três conjuntos – se o Liverpool derrotar o Nápoles por dois ou mais golos, os italianos ficam eliminados, vencendo os ingleses o grupo, com os parisienses em segundo.

Pior, só o campeão Chelsea Em caso de resultado negativo para o Liverpool, esta será a primeira vez que um finalista cai na fase de grupos da edição seguinte desde 2012/13. Aí, o “feito” do Chelsea ainda foi mais grave: é que os blues eram os campeões europeus em título, depois da incrível final ganha nos penáltis contra o Bayern Munique na edição anterior. Em 2012/13, o Chelsea terminou no terceiro lugar do grupo E, com os mesmos dez pontos do Shakhtar Donetsk e menos dois que a Juventus. Acabaria por cair para a Liga Europa… a qual veio a ganhar, batendo o Benfica na final (2-1).

Já esta época, outro finalista vencido caiu, neste caso no que respeita à Liga Europa: o Marselha, derrotado na final de 2017/18 pelo Atlético de Madrid (0-3), está já eliminado, tendo conquistado apenas um ponto em cinco jogos no grupo H (Eintracht Frankfurt e Lazio já se apuraram, com o Apollon, que depois de amanhã visita o Vélodrome, a somar quatro pontos e a ocupar o terceiro lugar).

De volta à Liga dos Campeões, também para o grupo B estão reservadas emoções fortes nesta última jornada. O Barcelona, já apurado e com o primeiro lugar assegurado, recebe o Tottenham, que chega a este encontro com os mesmos sete pontos do Inter de Milão. Os nerazzurri, que estão em desvantagem em relação aos spurs (venceram por 2-1 em Itália e perderam 1-0 em Londres), recebem o já eliminado PSV Eindhoven e precisam de vencer, esperando também que o Tottenham não consiga os três pontos no Camp Nou. Emoções fortes, lá está.

Fora destes apertos está o FC Porto. Os dragões asseguraram o apuramento e o primeiro lugar do grupo D na passada jornada, ao vencer (3-1) o Schalke 04, e até se deram ao luxo de deixar habituais titulares de fora da convocatória para a visita de hoje ao terreno do Galatasaray: além do castigado Corona, Éder Militão e Otávio não viajaram para Istambul, ao contrário de Jorge, Chidozie e do jovem avançado Madi Queta, que se estreia em chamadas à equipa principal. Ainda assim, Sérgio Conceição garantiu que os azuis-e-brancos só têm a vitória em mente, com o intuito muito claro de igualar o máximo de pontos conseguido na Liga dos Campeões: 16, na já bem distante época de 96/97 – com o atual técnico portista a cumprir então a primeira época… enquanto jogador do clube.época