O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) anunciou um novo período de greve que vai de 19 a 23 de dezembro. Este é o terceiro anúncio, num protesto que começou esta quinta-feira e que só terminará na antevéspera de Natal.
A paralisação que começou esta quinta-feira irá decorrer até dia 13 de dezembro, data em que está marcada a reunião com o Ministério da Justiça, segundo avança Jorge Alves, presidente do SNCGP à Lusa. Para dia 14 está marcado novo protesto que irá durar até dia 18, sendo que a terceira greve, anunciada esta quinta-feira, começará a 19 de dezembro.
O protesto avançado pelo SNCGP coincide com o período de greve anunciado pelo Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP) que vai de 15 de dezembro a 6 de janeiro.
Em causa está a revisão do estatuto profissional. Os guardas prisionais exigem que seja negociado o estatuto profissional atualizando as tabelas remuneratória e que sejam criadas novas categorias, subsídios de turno e novos horários de trabalho.
"Isto não é nada, exigimos mais", afirma Jorge Alves que sublinha que os períodos de greve podem ser suspensos a qualquer momento, desde que a ministra da Justiça, Francisca Van Dunen, aceite voltar à mesa das negociações.
Sobre a greve que começou esta quinta-feira, o presidente do sindicato afirma que houve uma adesão de 80%. As visitas aos reclusos e as saídas para tribunal foram as principais funções afetadas pelo protesto. No entanto, o sindicalista garantiu que as visitas serão asseguradas aos fins de semana neste primeiro período de greve, algo que ainda não está fechado para as próximas paralisações.
O Ministério da Justiça aguarda uma decisão do colégio arbitral sobre a possibilidade de aplicar serviços mínimos durante os protestos marcados a partir de 14 de dezembro, de forma a permitir aos reclusos receber visitas e participar nas festas de Natal – devido à greve que começou esta quinta-feira, algumas iniciativas tiveram de ser adiadas.
O cancelamento das visitas desta quarta-feira – motivado pela realização do plenário dos guardas prisionais – provocou motins no Estabelecimento Prisional de Lisboa. No dia seguinte, tanto no estabelecimento de Custóias como no Estabelecimento Prisional masculino de Santa Cruz do Bispo, ambos no Porto, houve desacatosm os reclusos a recusar-se comer e voltar para as celas.
Jorge Alves recusa que haja uma relação entre os protestos dos reclusos e a greve dos guardas prisionais. Segundo o sindicalista, a revolta prende-se com a falta de condições nas prisões.
{relacionados}