Dinamarca vai criar uma ilha para criminosos estrangeiros e migrantes indesejados

Dinamarca vai criar uma ilha para criminosos estrangeiros e migrantes indesejados


A ilha em questão era utilizada até ao final deste verão como local de experiências laboratoriais de doenças animais contagiosas pelo Instituto de Veterinária do Estado


Já foram apresentadas variadas soluções para resolver a chegada de migrantes à Europa, mas a Dinamarca vai avançar com uma proposta inédita: enviar os migrantes cujos pedidos de asilo tenham sido rejeitados ou que tenham cadastro para uma ilha remota.

A proposta foi apresentada por Martin Henriksen, deputado e porta-voz do Partido Popular Dinamarquês (PPD) – partido anti-imigração que apoia o governo de centro-direita. “É um sinal para todo o mundo de que a Dinamarca não é atrativa” para os migrantes que chegam à Europa, explicou o deputado.

Henriksen defende que o seu partido não “se importa de desafiar as convenções” internacionais, visto que avançar com uma medida desta natureza poderia representar uma violação do direito internacional. Na sexta-feira, a proposta de enviar criminosos e migrantes para Lindholm foi aprovada com 90 votos a favor. 

Até ao final do verão passado, esta ilha era usada como local de experiências laboratoriais pelo Instituto de Veterinária do Estado, em particular para investigação de doenças animais contagiosas. O Estados irá agora iniciar a descontaminação da ilha e a construção de alojamento para cerca de 100 pessoas. Segundo as previsões, o plano deverá estar pronto em 2021. Esta proposta surgiu na sequência da discussão do Orçamento do Estado para 2019, tendo o PPD exigido restrições à imigração em troca do voto favorável no orçamento.

A ilha tem seis hectares e está a três quilómetros da costa. Henriksen afirmou que o objetivo é “minimizar o número de viagens de ferry o máximo possível. Será muito complicado e caro querer viajar de e para a ilha”. A Lindholm não será uma prisão e os criminosos e migrantes poderão sair da ilha desde que se apresentem diariamente no centro de dia, situado na ilha. Caso contrário, serão detidos.

O próprio primeiro-ministro assumiu, há um mês, que o governo não vai integrar mais refugiados na Dinamarca mas sim dar-lhes abrigo até que possam regressar aos seus países. “Não é fácil pedir a famílias para irem embora quando estão já integradas, mas, moralmente, é a coisa certa a fazer. Não podemos ter refugiados imigrantes”, disse Lars Lokke.