Exército. PJM detém militar suspeito da morte de comando

Exército. PJM detém militar suspeito da morte de comando


Primeira tese oficial foi a de suicídio, mas família da vítima disse desde o primeiro momento não acreditar, até porque o militar andava a ser ameaçado


Um militar foi detido ontem pela Polícia Judiciária Militar (PJM) por suspeita de estar envolvido na morte de um colega no Regimento de Comandos, na Carregueira, no passado mês de setembro.

Ao i, fonte oficial do exército confirmou que a PJM e o Ministério Público estiveram ontem no Regimento de Comandos para deter um militar por suspeita de um crime de homicídio. A mesma fonte referiu ainda que o militar foi detido no local “onde aconteceu a morte” e que este se trata de um praça. A mesma fonte adiantou que a arma usada foi uma G-3. 

Em comunicado, a PJM também confirmou a detenção: “A Polícia Judiciária Militar informa que em cumprimento de mandado de detenção do Ministério Público de Sintra, procedeu à identificação e detenção de um indivíduo, pela presumível autoria de um crime de homicídio”.

O documento refere ainda que o detido vai ser presente a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação devidamente adequadas.

O que aconteceu Os factos remontam a 21 de setembro deste ano, quando o militar Luís Teles morreu, vítima de um disparo por arma de fogo, no Regimento de Comandos, na serra da Carregueira, em Sintra.

Contudo, os contornos da morte do militar foram desde o primeiro momento misteriosos. A primeira versão dos acontecimentos tornada pública dava conta de que Luís Teles estaria à civil quando pediu uma G-3 a um colega, fazendo um disparo de seguida, sugerindo que a morte se tinha tratado de um suicídio – versão que foi dada à família da vítima.

Na altura, o i avançou que o militar estava de serviço na sexta-feira em que viria a morrer. E que quem estava ao comando, ou seja, o oficial de dia era um dos arguidos da investigação à morte de dois jovens no 127.º curso de comandos, que não estava impedido de exercer as suas funções. 

Suspeitas levantadas pela família Quando a morte foi revelada, a família da vítima questionou publicamente os factos  contados oficialmente. A mãe da de Luís Teles e a cunhada, em declarações à “RTP”, explicaram que a notícia da morte do militar lhe foi comunicada no próprio dia, por volta das 23h30 por dois militares, uma psicóloga e um padre.

 As duas asseguraram que lhes disseram que Luís Teles estava vestido à civil e que pediu a um colega a sua G-3, tendo efetuado de seguida o disparo fatal. Mas a versão dos factos não foi bem recebida pelas duas mulheres, que levantaram algumas questões sobre esse comportamento: “Como é que um militar empresta uma arma sem saber para o que é?”

Além disso, a cunhada do comando revelou que durante as últimas férias que Luís Teles passou na Madeira – de onde era natural – terá contado a amigos próximos que estava a ameaçado por um colega.