O seu longo corno era visível à distância no focinho deste rinoceronte gigante que sobreviveu nas planícies da Eurásia até há cerca de 39 mil anos.
Novas provas científicas mostram que o unicórnio da Silbéria, como é conhecido, partilhou a Terra com os seres humanos modernos até muito mais tarde do que antes se pensava.
A conclusão é de um estudo recente liderado pelo professor Adrian Lister, do Museu de História Natural de Londres, diz a BBC.
Os cientistas procuram, ao estudar o desaparecimento do antepassado dos rinocerontes, encontrar formas de evitar a extinção dos rinocerontes modernos, uma das espécies em perigo de extinção devido à ação dos caçadores furtivos que procuram o seu corno para vender, sobretudo, para a medicina tradicional chinesa.
De acordo com o estudo, o rinoceronte da Sibéria, elasmotherium sibericum, de seu nome científico, pesava cerca de 4 toneladas e poderá ter acabado por desaparecer porque era muito esquisito na sua dieta alimentar. Com o aquecimento da Terra depois da Idade do Gelo, as pastagens começaram a diminuir e este e centenas de outros grandes mamíferos acabaram por perecer.
Até agora pensava-se que a extinção deste gigante da Idade do Gelo teria acontecido entre 200 mil e 100 mil anos atrás, mas através de datação de radiocarbono chegou-se agora há conclusão que o animal sobreviveu nas estepes do Leste da Europa e da Ásia Central até há 39 mil anos.
Os cientistas também conseguiram através de testes de ADN perceber que o rinoceronte da Sibéria e as cinco espécies de rinocerontes ainda existentes se separaram há 40 milhões de anos.
Sempre se olhou para o rinoceronte como inspirador do mito do unicórnio, até pelas lendas em torno dos poderes afrodisíacos do seu corno, e este rinoceronte da Sibéria tinha um corno especialmente longo.