Lisboa. Projeto para o Martim Moniz rejeitado por junta e moradores

Lisboa. Projeto para o Martim Moniz rejeitado por junta e moradores


Manuel Salgado apresentou o projeto para uma audiência de mais de 120 pessoas


Mais de 120 moradores da zona do Martim Moniz, em Lisboa, assistiram ontem à apresentação do projeto pensado para a praça do Martim Moniz, em Lisboa, no hotel Mundial. E tanto moradores como o próprio presidente da Junta de Freguesia Santa Maria Maior, Miguel Coelho, se mostraram descontentes com o que está pensado para uma das principais praças da cidade.

O projeto prevê transformar a praça num recinto repleto de contentores – que substituirão os quiosques que agora ali se encontram – para restaurantes e outros espaços comerciais, mas as intervenções dos cidadãos durante a apresentação mostraram que o que quem por ali vive quer precisamente  o oposto para a praça: uma zona verde, onde seja possível descansar.

As reações levaram o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Salgado, a dizer no final da sessão que iria levá-las ao executivo: “ouvi e obviamente que vou discutir isto no executivo. Não vos prometo rigorosamente nada. Registei tudo o que foi dito, é tudo o que vos posso dizer”.

“Estamos com uma situação difícil neste momento. O nosso problema é que a concessão está válida. A larga maioria das pessoas prefere mais espaço aberto, prefere [espaços] vazios e prefere um jardim. Isso ficou muito claro no meu espírito e nos meus registos”, disse ainda o mesmo vereador.

A Câmara já tinha avançado uma antevisão do projeto ao “Público”. Ao jornal, Manuel Salgado explicou que a praça será vedada à noite. “Estamos perante uma zona que, historicamente, sempre foi uma zona, por vezes, com algumas situações de insegurança. A degradação também resulta um bocado disso. Poderá haver ali, durante a noite, alguma situação de controlo”, justificou.  “Na placa central vai haver um parque infantil grande, do lado do Hotel Mundial, e do lado oposto mantém-se o lago que lá está. Essas manter-se-ão sempre abertas, até porque deixa de haver cantos, zonas que pudessem de algum modo criar alguma situação de insegurança”, acrescentou ainda.