Palmilhas especiais ajudam doentes a recuperarem de AVC em casa

Palmilhas especiais ajudam doentes a recuperarem de AVC em casa


O SwitHome vai começar a ser testado em dezembro, com doentes em hospitais, e foca-se na reabilitação pós-AVC em casa com acompanhamento profissional


O novo “inovador sistema” SwitHome, focado na "reabilitação física após um AVC, realizada em casa, com acompanhamento remoto de profissionais de saúde", resulta numa colaboração entre o Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), o Instituto Pedro Nunes (IPN) e a faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Porto (FCTUC). Este projeto consiste no desenvolvimento de "palmilhas 'inteligentes' aliadas a dois interfaces": um tablet e a plataforma online que vai permitir a comunicação entre o terapeuta e o paciente.

O projeto vai começar a ser testado em dezembro, com doentes em hospitais: um em Barcelona, Espanha, e outro em Groningen, Holanda; pode chegar ao mercado ainda em 2020.

O objetivo do SwitHome é permitir a "reabilitação em casa de pacientes que tenham sofrido um AVC. É uma tecnologia com grande impacto, quer para os doentes, quer para os sistemas de saúde", refere o coordenador do projeto, António Lindo da Cunha, numa nota enviada à agência Lusa. "Por um lado, permite que o paciente consiga realizar mais horas de reabilitação no conforto do seu lar, reduzindo gastos e acelerando o processo de recuperação. Por outro, os profissionais de saúde podem tratar um maior número de pessoas com os mesmos recursos humanos, personalizar terapias e obter maior eficácia na reabilitação", sublinha ainda o coordenador.

O SwitHome é um sistema que “fornece informação em tempo real ao paciente e envia dados para o terapeuta, por via de uma plataforma Web, permitindo-lhe acompanhar a evolução da reabilitação e proceder a ajustes caso seja necessário".

A tecnologia desenvolvida recorre ao uso de eletrónica flexível, o que faz com que seja “personalizada e participativa”. A FCTUC refere que o SwitHome "une o paciente ao profissional de saúde, apostando no conceito 'hospital em casa'".  

A FCTUC refere que esta foi uma “ideia que surgiu em 2015, no âmbito de um projeto de investigação na área da eletrónica flexível (stretchable electronics), liderado por Mahmoud Tavakoli, do ISR”.

"Ao conhecer o projeto, o IPN explorou o seu potencial de aplicação e avançou para a constituição de um consórcio que permitisse desenvolver um sistema capaz de chegar ao mercado", refere a nota da FCTUC.

A equipa expandiu-se e passou a incluir o EIT Helth (Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia) – que financiou o projeto com cerca de 500 mil euros -, a Fundação Privada per la Recerca i la Docència Sant Juan de Déu – em Espanha -, a empresa GMV Innovating Solutions, o Hospital Universitário de Groningen e mais duas startups portuguesas: Sword Health e SoftBionics.

Segundo a nota da FCUC, "estima-se que esta tecnologia implique uma redução de custos de até 35%, com impacto direto nos gastos dos sistemas de saúde e na economia das famílias".