Há momentos na vida que são, totalmente, inesperados e todos temos desses momentos. Nessas alturas deparámo-nos com duas alternativas: baixar os braços, desistir, aceitar a inevitabilidade, o destino ou a má sorte; ou cerrar punhos, lutar, contrariar os acontecimentos e dar a volta por cima.
Todos tivemos alturas na vida em que o que mais apetecia era baixar os braços. Desistir e esperar que a próxima maré nos levasse e arrastasse de novo para o curso da vida. Mais tarde, à distância de anos ou meses, compreendemos que teria sido errado e que se por um lado a inércia poderia trazer algo de bom, a determinação traria algo bem melhor.
São muitos os altos e baixos ao longo da vida e à medida que envelhecemos e perdemos a ingenuidade, a vida pode tornar-se uma autêntica montanha russa.
São profundas deceções com pessoas e projetos. São alegrias incomensuráveis e sucessos profissionais. Mas no fim, há sempre a confirmação de que há alguém com quem podemos sempre contar,
De tudo isto fica uma certeza – jamais devemos baixar os braços e desistir. Desistir é sinónimo de fraqueza e de pobreza de espírito. É para quem arranja sempre uma desculpa melhor para justificar as suas falhas e insucessos.
É importante que, ao olhar para trás, se tenha a convicção de que não se desistiu. Que fomos fiéis aos nossos princípios e confiantes nas nossas decisões. O resultado? É sempre uma incógnita e, normalmente, só se revela passado algum tempo.
Uma coisa é certa, a vida é feita de pequenas decisões, de momentos em que virar à esquerda ou à direita, vai influenciar o curso do resto da nossa vida. Por isso é importante ter-se convicção. Não certezas, essas quase não existem, mas convicções e saber porque se toma determinada atitude. Não sei, não é resposta! E repetir constantemente um não sei… isso já é burrice!
No fim só pode haver uma certeza: não nos arrependermos da decisão tomada. Seja ela certa ou errada, devemos pelo menos ter a certeza porque a tomámos.
Errar todos erramos, persistir no erro é o maior absurdo do ser humano.
A vida é feita de ciclos e, no momento em que me preparo para iniciar um novo, faço-o com uma profunda convicção que dei tudo de mim no ciclo passado.
Ter a consciência limpa e tranquila é o melhor remédio para viver uma vida feliz.
Há quem lhe chame evolução, há quem lhe chame amadurecimento, eu chamo-lhe racionalidade! Não podemos viver totalmente dominados pela emoção. Cega-nos e leva-nos a tomar decisões enviesadas. Não podemos também viver totalmente envoltos em racionalidade. Torna-nos frios, calculistas e desumanos.
Sempre tentei encontrar um equilíbrio entre estes estados de alma, mantendo apenas uma regra: viver com alegria e amar loucamente.
Há uns anos, cerca de quatro, nas ruas de Casco Viejo, na Cidade do Panamá, vi e gravei na memória uma frase que tem um enorme significado para mim e que define bem tudo isto: “Ama con locura… Siempre!”. Apenas lhe juntaria “Vive e Ama con loucura… Siempre!”
Neste novo ciclo, surgem novos desafios e a esperança de renovar a vida também.
Muita coisa mudou e muitas mais mudarão. O que não deve mudar nunca é a forma de estar na vida!
É a única coisa a que nos devemos permitir a ser irracionais. O amor pela vida e por quem mais queres bem! Por vezes esquecemo-nos e importa relembrar que deve ser sempre com loucura! Tudo o resto, deve ter o seu peso, conta e medida de racionalidade.
Tudo é demasiado fugaz e efémero para que se desperdice de forma incauta.
No trabalho sê irreverente, audaz e destemido, só assim o farás com alegria. No amor, sê louco. Dança na rua com a tua amada, grita, faz uma serenata, espera-a à porta de casa, surpreende-a com o beijo, perde-te num baldio a ver as estrelas ou ouvir o mar… Ama, com loucura. Porque na vida e no amor devemos ser loucos.
Escreve à quinta-feira