Caso de violação. Deputada irlandesa mostra cuecas de renda no Parlamento

Caso de violação. Deputada irlandesa mostra cuecas de renda no Parlamento


“Pode parecer confrangedor mostrar um par de cuecas aqui… mas como é que acham que uma vítima de violação ou uma mulher se sente perante o cenário incongruente de a sua roupa interior ser exibida em tribunal?”


Um julgamento por violação na Irlanda está a gerar uma onda de protestos, depois de a advogada de defesa do alegado violador ter apresentado as cuecas da vítima em tribunal, como prova de inocência do seu cliente.

A deputada Ruth Coppinger decidiu exibir, na terça-feira, umas cuecas de renda durante uma sessão no Parlamento em protesto com o caso que contribui para "habitual de culpabilização da vítima".

"Pode parecer confrangedor mostrar um par de cuecas aqui… mas como é que acham que uma vítima de violação ou uma mulher se sente perante o cenário incongruente de a sua roupa interior ser exibida em tribunal?", questionou a deputada no Parlamento.

Mais tarde, Ruth Coppinger escreveu no Twitter que se tinha apercebido que vários órgãos de imprensa tinham afastado o plano de si no momento em que mostrou as cuecas. "Nos tribunais, as vítimas podem ver a sua roupa íntima usada como prova e está tudo dentro das regras", referiu.

 

 

Sublinhe-se que a advogada do alegado violador argumentou em tribunal que era necessário ter em conta a roupa interior da vítima, uma jovem de 17 anos. A causídica afirmou que a adolescente estava a usar “uma tanga com a parte da frente em renda” no momento do contacto sexual e que isso provava que o sexo entre ambos foi consensual.

Não se sabe se terá sido esse o argumento a convencer o júri, composto por oito homens e quatro mulheres, mas este só demorou cerca de uma hora e meia para decidir absolver o arguido.