Marisa Matias usou os seus oito minutos de intervenção para defender a moção A, encabeçada pela coordenadora do Bloco de Esquerda, para fazer um balanço desde 2015 e recordar as cinco "palavras mágicas", proferidas há três anos por Catarina Martins: o "governo de direita acabou". Mas se o mito dos partidos do arco da governação acabou, a decisão do Bloco de Esquerda não querer ir para o governo foi a mais acertada. "A esquerda não foi ingénua e não entrou para o governo", defendeu Marisa Matias.
A eurodeputada avisou que não iria "fazer um retrato cor de rosa" e defendeu que o Bloco de Esquerda parte para o novo ciclo eleitoral com um programa para a soberania, com cinco eixos: os direitos do trabalho, a refundação dos serviços públicos, uma revolução energética, sem novas "rendas para os do costume", além do crescimento da soberania alimentar. Marisa Matias reconheceu que este programa é incompatível com o "tratado orçamental".
Mais à frente, a deputada Joana Mortágua defendeu também que o partido "nunca governará em vão" e que "nesta casa não se fia".