Vários especialistas alertaram, esta quinta-feira, durante uma conferência sobre o tabagismo que decorre no Algarve, para a importância de esclarecer os jovens sobre o impacto neurológico e respiratório que o consumo de canábis pode causar na saúde, cujos riscos têm tendência a ser desvalorizados.
De acordo com a investigadora na área da Biologia, Teresa Summavielle, o facto de esta droga psicoativa ser também usada para fins medicinais, faz com que seja criada "alguma confusão", que pode levar a "uma perceção reduzida dos riscos" cerebrais, sobretudo entre os adolescentes.
Por outro lado, o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, José Miguel Chatkin, alertou para os efeitos do consumo de canábis no sistema respiratório, afirmando que, até agora, ainda não ter foi possível provar a relação entre o seu consumo e o aumento da probabilidade de desenvolver cancro do pulmão.
Segundo indica a investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, o consumo frequente de canábis pode levar ao desenvolvimento de doenças psiquiátricas e de comportamentos similares aos que são observados em doentes com esquizofrenia. "Era muito importante fazer, desde cedo, nas escolas, uma política clara para a aprendizagem dos efeitos destes componentes: do tabaco, da canábis e de outras drogas", disse Teresa Summavielle, em declarações à Lusa.