Os trabalhadores do Mosteiro dos Jerónimos, da Torre de Belém e do Museu de Arqueologia iniciam amanhã uma greve de quatro dias, até domingo. Em causa está a precariedade das condições de trabalho.
A paralisação, que decorre entre 10h e as 11h, promete atrasar a abertura de portas. “Nenhum destes monumentos vai abrir portas à hora prevista. Estamos a falar de assistentes técnicos, trabalhadores das bilheteiras, da validação de bilhetes, de vigilantes de sala”, explica à “Lusa” Catarina Simão, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
Condições sanitárias insuficientes, falta de limpeza, presença de ratos em espaços de serviços, pagamento atrasado do trabalho suplementar realizado em dias de eventos, impedimento de gozarem dias de descanso e pedidos de alteração ao período de férias são algumas das motivações denunciadas pelo sindicato.
A essas queixas, junta-se a necessidade de contratação de mais funcionários. “Os trabalhadores estão exaustos. Na Torre de Belém há dois funcionários para dois mil visitantes diários. Nos Jerónimos há seis trabalhadores para um milhão de visitantes por ano”, disse a responsável sindical. No topo da hierarquia da equipa, a reação é de desconhecimento. “A diretora destes dois monumentos disse aos trabalhadores que não tinha noção da situação”, afirma Catarina Simão.
A par da paralisação parcial, o descontentamento dos trabalhadores dos três espaços culturais vai ser demonstrado também através da distribuição de folhetos aos visitantes com o objetivo de denunciar as suas circunstâncias de trabalho.
De resto, do lado dos responsáveis pela cultura, não tem havido espaço para diálogo. Segundo Catarina Simões, foram já diversas as vezes que o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas tentou uma aproximação ao Ministério da Cultura, através do pedido de reuniões com a Direção-Geral de Património (DGPC). Contudo, a única vez que a estrutura sindical chegou à fala com a tutela foi ainda no mandato de João Soares enquanto ministro da Cultura, pasta que assumiu entre novembro de 2015 e abril de 2016.
Desde que Paula Silva, a atual diretora da DGPC, assumiu o cargo em janeiro de 2016, o sindicato não conseguiu ainda ver nenhum dos seus pedidos de reunião acedidos.