Distribuições de 2014 e de 2018 investigadas pelo Conselho Superior de Magistratura

Distribuições de 2014 e de 2018 investigadas pelo Conselho Superior de Magistratura


Há quatro anos foi escolhido Carlos Alexandre para a fase de inquérito, este ano foi Ivo Rosa a ficar com a instrução do processo.


Depois da entrevista em que Carlos Alexandre pôs em causa a aleatoriedade do sorteio eletrónico que colocou Ivo Rosa à frente da fase de instrução da Operação Marquês, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) decidiu abrir um inquérito às declarações do magistrado, mas também investigar as circunstâncias em que em 2014 a Operação Marquês foi distribuída a Carlos Alexandre, bem como o processo informático que ditou que seria Ivo Rosa o juiz da fase de instrução, no fim do último mês. Ontem, Carlos Alexandre foi ouvido no CSM.

Em entrevista à RTP, o magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal explicou que o procedimento informático pode ser influenciado por diversos fatores: “Há uma aleatoriedade que pode ser maior ou menor consoante o número de processos de diferença que exista entre mais do que um juiz.”

Carlos Alexandre, que recusa o título de justiceiro e se considera um náufrago – em alusão à obra de Gabriel García Márquez “Relato de Um Náufrago” –, revelou ainda que já o tinham avisado para não se meter com poderosos. 

“Há 13 anos, no âmbito de um trabalho que estava a desempenhar, foi-me dito que devia meter-me com pessoas do meu tamanho porque precisava do meu ordenado para sobreviver; para comer. E, de facto, assim é. Eu vivo do meu trabalho”, afirmou o juiz, adiantando ainda confiar na justiça: “Eu acredito nos tribunais e na justiça. E espero que se comportem em relação a mim, como me comporto em relação a eles”.

{relacionados}