Faz sentido haver debate sobre SMS enviada pela EMEL? Medina diz ser “absurdo”

Faz sentido haver debate sobre SMS enviada pela EMEL? Medina diz ser “absurdo”


“Tenho assistido com uma imensa perplexidade ao absurdo deste debate sobre o envio ou não envio de mensagens pela EMEL”


O presidente da Câmara Municipal de Lisboa considerou, esta terça-feira, ser "absurdo" o debate acerca da mensagem enviada pela EMEL sobre os riscos da tempestade Leslie.

“Tenho assistido com uma imensa perplexidade ao absurdo deste debate sobre o envio ou não envio de mensagens pela EMEL. Absurdo, absurdo é ouvir responsáveis da Proteção Civil do país a dizerem que não emitiram mensagens para as populações afetadas porque o protocolo com a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) só lhes permite enviar mensagens em caso de fogos rurais", disse Fernando Medina durante a sessão plenária que aconteceu hoje na Assembleia Municipal.

"Eu quero reagir de forma muito clara e muito afirmativa contra tudo o que tenho visto de perfeito e absoluto disparate na opinião pública", reiterou o autarca, depois de a questão ter sido levantada pelo PSD.

Além disso, Medina garantiu ainda que "em qualquer circunstância análoga", a câmara utilizará "todas as bases de dados" que tiver disponíveis, de forma a que se cumpra a sua "principal missão, que é proteger a cidade de Lisboa": "Só não fazemos sinais de fumo porque seria contraproducente", disse o responsável, em tom irónico.

Sobre a prontidão das entidades responsáveis, o chefe do executivo agradeceu a todos aqueles que ajudaram a prevenir a ameaça da tempestade, tendo sublinhado que Lisboa teve a "sorte" do seu lado.

“Face à passagem do furacão Leslie e recente avaliação do fenómeno atmosférico estão previstos vento e chuva fortes, afetando a cidade de Lisboa. É importante que se mantenha em casa após as 18:00”, foi esta a mensagem enviada pela EMEL e que, em alguns casos, foi recebida na madrugada de domingo ou mesmo ao final da tarde, já depois do período crítico da passagem da tempestade.

Confrontada pela agência Lusa, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) anunciou a abertura de um processo para apurar as circunstâncias do envio desta mensagem por parte da EMEL.

A comissão adiantou ainda que recebeu três queixas sobre o SMS, mas recusou fazer mais comentários até “estar na posse de toda a informação necessária para fazer uma avaliação sobre a legitimidade da atuação da empresa”.

Já o comandante nacional da Proteção Civil (ANPC), instituição em nome da qual foi enviada a mensagem, negou qualquer responsabilidade, explicando que o protocolo para este envio de mensagens só existe em caso de risco de incêndio.

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