Ofertas atuais. Há quartos para todos os gostos mas  não para todos os bolsos

Ofertas atuais. Há quartos para todos os gostos mas não para todos os bolsos


Residências universitárias, quartos de luxo, individuais ou partilhados. Estas são algumas das várias soluções que os estudantes têm ao seu dispor no momento de escolher o alojamento. A escolha depende do gosto e, acima de tudo, do orçamento que tem disponível. Mas se há quem dê valor aos extras, como ginásios ou salas de cinema, há…


O negócio do alojamento para estudantes tem estado na ordem do dia. São cada vez mais frequentes os casos em que os estudantes dizem não conseguir acompanhar o ritmo do aumento do preço das casas em determinadas cidades. Mas também é possível encontrar casos em que os candidatos ao Ensino Superior procuram encontrar respostas de luxo. E encontram, num mercado que parece não parar de crescer. 

Um exemplo deste tipo de alojamento de luxo encontra-se no Marquês de Pombal, em pleno coração de Lisboa. Além do luxo, o que se procura é que todos se sintam em casa. Victoria San Martin, representante do fundo de investidores em Portugal, explica que têm “37 nacionalidades presentes com tudo o que isso pode aportar de conhecimento de novas culturas. O mercado brasileiro lidera a procura do nosso segmento, seguido de espanhóis. Os portugueses o terceiro lugar no ranking de nacionalidades de residentes”.

Já com apostas em Espanha e no Reino Unido, este grupo pretende apostar cada vez mais em Portugal e já tem prevista para 2019 a abertura de dois novos espaços: no Porto e em Coimbra. No Marquês de Pombal, escolher esta opção é ter acesso a sala de fitness, piscina e cinema, club lounge com sala de jantar, biblioteca e várias zonas de estudo. Por exemplo, ficar num estúdio plus custa 194 euros por semana, o mais barato disponível no site, fora a taxa de reserva que é de 250 euros. Já escolher ficar num estúdio de luxo pode custar 262 euros semanais, mais a reserva. “Dos 330 quartos disponíveis, 95% dos nossos quartos são individuais com cozinha e casa de banho privativa. O preço varia em função do tamanho, temos desde 15m2 até penthouses com terraço, existindo procura para todos eles”. 

Uma outra opção passa pela Smart Studios. Com 170 apartamentos arrendados, 30 em construção e 510 em fase final de aprovação de projetos, Vera Kendall, administradora da KKR IMO detentora da marca, explica que “o mercado está a crescer bastante, até porque o número de estudantes internacionais a virem estudar para Portugal está a crescer dois dígitos”. As modalidades mais procuradas são o T0 e o T1 e a marca acredita que existem vários fatores a justificar o aumento da procura: “Desde a qualidade dos Studios, ao facto de terem um kitchenette e uma casa de banho por apartamento”. Olhando para a disponibilidade, é fácil perceber que pode escolher ficar alojado em Campolide, por exemplo, por 500 euros. Ou optar pela Ajuda e pagar 750. 

Este tipo de opções tem já vários adeptos, ao ponto de a Nova SBE – School of Business & Economics, em Carcavelos, ter 122 quartos mas, ainda assim, disponibilizar parcerias com algumas das novas empresas que se dedicam a oferta de experiências de luxo aos estudantes, como o Collegiate Marquês de Pombal.

Oferta tradicional Arrendar quartos, imóveis ou partilhar casas continua a ser a tendência com maior peso para quem vai estudar para fora da sua residência. Mas também aqui a tarefa não é fácil. A oferta é grande, mas nem sempre os preços são acessíveis a todas as carteiras. O i fez uma ronda a vários anúncios e rapidamente se chega à conclusão que com menos de 600 euros, principalmente em Lisboa e no Porto, é quase impossível encontrar um quarto. Se o orçamento tiver de ser obrigatoriamente mais baixo então terá de optar por um quarto partilhado e aí terá dividir esse espaço com mais três ou cinco estudantes. Também para quem procura um imóvel o cenário não é animador, já que os preços não param de crescer. 

De acordo com a Uniplaces, plataforma online de alojamento destinado a estudantes, o valor médio das rendas cobradas a estudantes rondou os 451 euros, o que representa uma subida de 4% face ao ano passado. Lisboa, com uma renda média de 485 euros, continua a ser a cidade portuguesa onde é mais caro estudar. Segue-se o Porto com valores médios de 407 euros e Coimbra com uma renda média de 291 euros.

Mas nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra os estudantes têm preferência pelo arrendamento de propriedade inteira, seguindo-se o arrendamento de casa partilhada com quarto privado, e posteriormente o arrendamento de quarto partilhado. Nas três cidades, mais de metade das reservas são efetuadas em propriedades inteiras (Lisboa: 54%, Porto: 63% e Coimbra: 64%).  

“A comparar com propriedades inteiras, o preço mais reduzido e ainda o nível de privacidade exigido fazem dos quartos a tipologia preferida destes arrendatários. O número de camas reservadas em quartos partilhados permanece muito baixo, uma vez que os arrendatários não pretendem partilhar um quarto durante vários meses. Apenas 1% dos estudantes que recebemos optam por arrendar um quarto partilhado”, diz ao i Inês Amaral, marketing manager da Uniplaces em Portugal. 

Segundo a plataforma, Arroios mantém-se a zona onde mais reservas são efetuadas na capital, tanto por estudantes portugueses como de outras nacionalidades. Atualmente o valor médio da renda é de 393 euros nesta zona, que representa um aumento de 18% face a 2017. Já Santa Apolónia é uma das zonas menos procuradas, mas também apresenta a renda média mais elevada, 564 euros. 

No Porto, são as zonas de Paranhos, Cedofeita e Bonfim as mais procuradas pelos estudantes nacionais e internacionais na plataforma. Paranhos, a zona mais procurada, apresenta uma renda média de 347 euros, valor que sofreu um aumento de 38% face ao ano anterior. Santo Ildefonso é a zona mais cara para se estudar, com uma renda média de 577 euros.

A zona mais procurada pelos estudantes nacionais em Coimbra é a Baixa, com uma renda média de 276 euros. A zona mais cara para os estudantes é Penedo da Saudade, que apresenta uma renda média de 407 euros. 
Mas apesar de estes valores até poderem ser atrativos, na prática, os preços estão bem acima destas médias, como se pode ver por alguns dos casos que são apresentados.

“A facilidade de acessos, diversidade de transportes públicos e proximidade às universidades são fatores determinantes na escolha do bairro onde os estudantes arrendam casa ou quarto, e que reflete também as zonas onde mais arrendamentos são feitos na Uniplaces. As rendas médias nas zonas mais procuradas sofreram um ligeiro aumento nestes primeiros meses do ano, influenciado sobretudo pela disparidade existente entre a procura e a oferta”, afirma Giovanni Lavra, Country Manager da Uniplaces em Portugal. 

O que é certo é que para quem procura este tipo de alojamento, as despesas incluídas no preço da renda são uma condição muito atrativa em Lisboa. E a empresa explica: “Tanto por uma questão de expectativa, uma vez que podem saber antecipadamente qual o valor total mensal que terão de pagar; e uma vez que, desta forma, é possível realizar um só pagamento por mês, ao invés de vários de diferentes valores. É, portanto, natural que esta condição de arrendamento seja preferida por estes arrendatários.”

Esta tendência não se verifica no Porto. “Apesar de a maioria preferir incluí-las, uma percentagem significativa dos senhorios portuenses prefere não incluir as despesas de gás, água e eletricidade na renda final”, salienta a plataforma.