A Arábia Saudita está disposta a desafiar a ameaça de sanções dos Estados Unidos, que através do presidente Donald Trump ameaçou o governo de Riade de punições se se vier a descobrir que está por trás do desaparecimento de Jamal Khashoggi, jornalista crítico do regime que vivia exilado em Istambul.
Uma fonte do governo não identificada disse à agencia de notícias oficial saudita que a Arábia Saudita responderia aos EUA com uma “punição ainda maior”, caso isso venha a acontecer. “O reino reitera a sua total rejeição a qualquer ameaça ou tentativa de o debilitar, quer através de ameaças de sanções económicas ou o uso de pressão política”, refere a fonte. “O reino também afirma que responderá a qualquer ação com outra ainda maior. A economia saudita desempenha papéis vitais e influentes na economia global”, salientou.
Na Europa o caso está igualmente a ser seguido com preocupação, e as diplomacias da Alemanha, França, Reino Unido emitiram domingo um comunicado conjunto a solicitar uma investigação credível ao que aconteceu a Khashoggi, desparecido desde que visitou o consulado saudita em Istambul para pedir o divórcio para se voltar a casar.
“Encorajamos os esforços turco-sauditas” para investigar o caso “e esperamos que o governo saudita forneça uma resposta completa e detalhada”, diz comunicado conjunto assinado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países, o britânico Jeremy Hunt, o francês Jean-Yves Le Drian e o alemão Heiko Maas.
EUA e Reino Unidos estão a estudar a possibilidade de boicotarem uma importante conferência internacional agendada para este mês, adianta a BBC.
As autoridades turcas acreditam que Khashoggi foi assassinado no consulado por agentes sauditas, acusações que a monarquia de Riade desmente como sendo “mentiras”.