Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista, analisou as propostas do orçamento do Estado para o próximo ano. Mário Centeno apresentou esta terça-feira aos partidos com assento parlamentar os traços gerais do documento orçamental e Jerónimo de Sousa, em entrevista à TVI, disse que a reunião foi uma sinalização do que o partido quer fazer. Ainda assim, afirmou que não conheceram a proposta no concreto e “caso exista um politica de retrocesso, não votaremos a favor do Orçamento”.
“Não há recuos ou avanços, mas também não há irregularidades significativas”, disse Jerónimo de Sousa. Fala de “um país adiado” com défice de produção e garante que é necessário o investimento nos serviços públicos. “O problema dos serviços públicos está para além do orçamento do Estado”.
Em relação aos aumentos das pensões no valor de dez euros, a proposta está em cima da mesa, mas há diferença de opinião com o governo, sendo que o PCP quer que a alteração seja feita já em janeiro.
Os aumentos da função pública não podem ser dissociados das propostas, referiu Jerónimo de Sousa. “Houve um avanço positivo em relação ao governo”, mas durante a tarde desta terça-feira não foram discutidos valores, já que o PCP considera que esse é um princípio fundamental de negociação dos trabalhadores. O partido defende que todos os funcionários públicos devem ser aumentados e não apenas os escalões mais baixos.
Outra das propostas que o PCP apresenta é a criação de mais escalões de IRS para aliviar a carga fiscal dos contribuintes. Quanto à redução do IVA na energia, “não se percebe bem a proposta do governo”, diz o secretário-geral do Partido Comunista.
Sobre os professores, “seria interessante o PSD clarificar a sua posição”, referiu Jerónimo de Sousa.
A esquerda continua a exigir mais dinheiro para a Função Pública, aumentos nas pensões e redução do IVA da eletricidade. As reuniões desta terça-feira do Bloco de Esquerda, PCP e PEV com o Governo foram inconclusivas.
O governo tem até dia 15 de outubro para entregar no Parlamento a proposta do orçamento do Estado para 2019.