Marques Mendes garante que Pedro Passos Coelho quer voltar a ser líder do PSD. “Considera que a sua obra está inacabada”, disse o ex-líder do partido, no seu espaço de comentário na SIC.
Passos Coelho rejeitou ser condecorado pelo Presidente da República. O ex-primeiro-ministro considera, de acordo com o semanário “Expresso”, que é novo para receber condecorações nacionais e essa atitude está a ser associada a um possível regresso à política ativa. O comentador garantiu que Passos Coelho não quer ser visto “como um reformado político”, porque não afasta um regresso à liderança do PSD.
O que, no entender de Marques Mendes, não seria difícil, porque não lhe faltariam apoio internos. “Se Passos Coelho quiser voltar tem todas as condições dentro do partido. Quase nem precisa de fazer campanha. Ele tem, de facto, um grande apoio dentro do partido, tem uma grande simpatia e, portanto, não anda a fazer contactos, nem precisa de fazer contactos, porque tem todos esses apoios. Há outro problema. No país é diferente. A imagem de Passos Coelho no país ainda é uma imagem muito desgastada por causa das decisões duras que teve de aplicar. Ele seguramente ponderará tudo isso”.
Luís Marques Mendes considera que tudo vai depender do resultado das próximas eleições legislativas. “Se o PS tem ou não tem a maioria absoluta. Se o PSD vai ter quatro anos de oposição o não vai ter quatro anos de oposição”. Para o ex-líder do partido, Rui Rio perder as legislativas não é uma “inevitabilidade”, mas se a derrota for pesada o seu afastamento da liderança “é quase inevitável”.
Passos Coelho demitiu-se da liderança a seguir à derrota do partido nas últimas eleições autárquicas há quase um ano. “Deixámos o país incomparavelmente melhor do que aquele que nos entregaram”, disse, no final de novembro, o ex-líder do partido, num discurso no Conselho Nacional.
A possibilidade de Passos Coelho voltar à liderança é colocada numa altura em que o partido não descola nas sondagens. As divisões internas também não têm ajudado Rui Rio a afirmar-se como líder. No seu espaço de comentário, Marques Mendes tem apelado ao atual líder do partido para “investir a sério em promover a unidade do partido”, porque “nenhum partido ganha eleições dividido” e o PSD “precisa de paz e tranquilidade”.