O caso de Amélia Fialho – a filha Diana fez pedidos de ajuda em direto – e do menino Gabriel – Ana Julia, a autora do crime, esteve sempre ao lado do pai da criança nas conferências de imprensa – são dois dos mais conhecidos.
Menino morto pela namorada do pai
Gabriel foi encontrado em Rodalquilar, na província espanhola de Almeria, coberto de lama, despido e enrolado num cobertor, no porta–bagagem do carro de Ana Julia, namorada do pai da criança. Em março, a mulher confessou o crime. “A criança entrou voluntariamente no carro” de Ana Julia, contou fonte próxima do processo
ao El País. Quando chegaram à casa da família, Gabriel “enfureceu-se e atacou-a e ela matou-o para se defender”. Durante a investigação, Ana Julia apareceu nas televisões e nas revistas ao lado do pai do Gabriel – foi até Ana Julia que alertou as autoridades para a descoberta de uma t-shirt branca que pertencia ao menino de oito anos.
O caso Joana
Joana Cipriano desapareceu a 12 de setembro de 2004, na localidade de Figueira, concelho de Portimão, depois de ter feito umas compras num café perto de casa. As autoridades entraram em campo e Leonor usou as televisões e revistas como plataformas para deixar mensagens à filha e mostrar que continuava à sua procura. Acabou por ser detida, juntamente com o irmão. Foram condenados a 16 anos de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da criança.
Algumas notícias avançadas na altura contavam que a menina teria visto a mãe e o tio a ter relações sexuais. O tio, João, confessou mais tarde ter matado e esquartejado o corpo da criança, sem nunca revelar o que fez com os pedaços do cadáver. Notícias avançadas na altura revelavam que a menina tinha sido dada como alimento a um conjunto de porcos, enquanto outros relatos asseguravam que o corpo de Joana foi escondido num carro abandonado numa sucata, que foi levado para Espanha, queimado e compactado.
Professora adorada na escola e odiada em casa
A professora de Físico-Química Amélia Fialho desapareceu no sábado dia 1 de setembro. Um dia depois, os bombeiros foram chamados para a ocorrência de um incêndio florestal na zona de Pegões, no Montijo. Nada de estranho foi detetado, mas, dias mais tarde, as autoridades acabariam por relacionar este incêndio com
o desaparecimento de Amélia, reportado pela sua filha adotiva, Diana, na segunda-feira seguinte.
Em declarações à CMTV, disse ter uma boa relação com a mãe. “Já me disseram para procurá-la em becos, porque pode ter sido roubada e deixada estendida por aí. Só espero que se alguém a vir por aí que a leve para um hospital ou para a polícia e que ela regresse a casa”, disse Diana Fialho na altura do desaparecimento. “Toda a gente gostava dela era uma ótima professora. Estamos à espera que ela regresse ou que alguém diga alguma coisa. (…) Peço a quem a vir para ligar para a polícia. Se vir que está mal, levem-na ao hospital. Se ela nos estiver a ver, que nos contacte e volte para casa (…)”, acrescentou.
Pouco tempo depois desta entrevista, mais precisamente na quarta-feira, o corpo de Amélia foi encontrado carbonizado na zona de Pegões, no local onde tinha deflagrado um incêndio dias antes. Diana e o marido, Iuri Mata, foram detidos por suspeita dos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver. O casal usou medicamentos para drogar a professora e deixá-la sem hipóteses de resistir. Depois, Amélia foi agredida na cabeça e deixada inconsciente. O seu corpo foi colocado na bagageira de um carro e levado para Pegões, onde foi queimado.
As autoridades acreditam que Diana Fialho matou a mãe na sequência de vários desentendimentos – o último ‘golpe’ surgiu quando Amélia ameaçou deserdar a filha adotiva.
O caso Asunta
Asunta tinha 12 anos quando foi encontrada morta no município de Teo, na Galiza.
Em 2015, dois anos depois da sua morte, os seus pais adotivos, Rosario Porto e Alfonso Basterra, foram considerados culpados do homicídio. O motivo que os levou a assassinar a filha
não foi desvendado, mas, segundo a lei espanhola, para acusar ou inocentar alguém não é obrigatório desvendar o móbil do crime.
Antes de ser detido, Alfonso, jornalista de profissão, usou as televisões e a imprensa para falar sobre a morte da filha, exigindo que fossem apuradas responsabilidades. O caso acabou por dar origem a um documentário na Netflix.