"Tal como aconteceu com Tancos, também no caso das tragédias do ano passado, em particular da primeira, desde início que insisti muito na importância do apuramento do que tinha acontecido, no que pudesse ser responsabilidade pública ou ter contornos criminosos", afirmou o Presidente da República, sublinhando que é preciso investigar o que aconteceu "sem antecipar juízos do seu epílogo".
Marcelo Rebelo de Sousa falava à margem de uma sessão de encerramento do colóquio 'Portugal – Espanha, na jubilação universitária de Hipólito de la Torre Gómez', em Lisboa, onde foram condecorados aquele com as insígnias da grã-cruz da Ordem da Instrução Pública portuguesa.
"O facto de existir investigação corresponde a um apelo da consciência nacional. Os portugueses entenderam, desde o primeiro minuto, que era importante apurar se havia ou não responsabilidades, nomeadamente criminais", declarou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que o pior para as instituições é "ficar a dúvida e a especulação". "O que distingue a democracia da ditadura é que em ditadura existe um manto de aparência que, em muitos casos, cobre factos e responsabilidades, e em democracia não pode ser assim. Se existem dúvidas sobre factos e responsabilidades que se apure o que é preciso apurar", disse.