PCP quer fixar salário mínimo em 650 euros em 2019

PCP quer fixar salário mínimo em 650 euros em 2019


Jerónimo de Sousa anunciou ainda que vão lutar por aumento salarial para todos os trabalhadores


O PCP entregou hoje uma resolução para fixar o salário mínimo em 650 euros a partir de janeiro. O anúncio foi feito por Jerónimo de Sousa, durante a abertura de uma sessão pública promovida pelo grupo parlamentar comunista sobre alterações à legislação laboral e direitos dos trabalhadores. “O aumento do salário mínimo nacional é imperioso por razões de justiça social e para que haja uma mais justa distribuição da riqueza”, justificou.

O líder dos comunistas invocando também “razões de carácter económico” para que haja um aumento do salário mínimo, uma vez que considera que “aumentar o poder de compra dinamiza o mercado interno”.

Durante a sua intervenção, Jerónimo de Sousa afirmou ainda que outras das principais prioridades do PCP passa pela exigência junto do governo de um aumento salarial para todos os trabalhadores – em particular os da administração pública – em 2019. 

Sobre a questão da discussão na especialidade das alterações ao Código de Trabalho, o secretário-geral do PCP criticou duramente a atuação do “governo minoritário do PS, em convergência com PSD e CDS”. “A questão não está encerrada e vai decorrer uma fase na especialidade com um calendário ainda por definir. Este é um tempo de alerta, de esclarecimento e de mobilização”, advertiu.

Como mudanças na lei laboral, os comunistas vão exigir “o fim da caducidade da contratação coletiva” e insistir “na introdução do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador”. “Em vez de pôr fim à praga do trabalho temporário e do abuso de contratos a prazo, o governo incide sobre aspetos limitados que não resolvem estes problemas”, criticou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP acusou ainda o governo de “não dar o exemplo no combate à precariedade e de bloquear soluções” na administração pública e no setor empresarial do Estado. Como exemplo, o dirigente comunista lembrou que “são muitos ainda os trabalhadores por integrar” nos serviços do Estado e que este processo devia ter sido oncluído no dia 31 de maio.

Catarina Martins também insistiu hoje na ideia de que é necessário alterar a lei laboral. A líder do Bloco de Esquerda falava sobre a tentativa de despedimento coletivo por parte da Pietec – Cortiças SA e afirmou que é preciso arranjar uma forma de impossibilitar que casos como este aconteçam. 

No parlamento, o debate na especialidade sobre as alterações ao Código Laboral vai arrancar nas próximas semanas, mas, segundo apurou o i, o PS e o Bloco ainda não começaram as negociações para avaliar em que medidas pode haver um entendimento à esquerda.