Os problemas na linha do 112 continuam. Apesar de já se ter ultrapassado o caos de agosto na central de Oeiras, onde estão os operacionais que servem nove distritos do Sul, incluindo Lisboa, ainda não foi aberto concurso para colocar pessoal e muitos dos que foram transferidos de outros serviços estão a recursar a imposição. Ao i fontes que preferem não ser identificadas explicam que o cenário melhorou sobretudo porque se passou o período em que os operadores estão de férias, uma vez que a fixação de pessoas na central continua a ser difícil.
Documentos a que o i teve acesso demonstram que no último mês, enquanto se dizia aos jornalistas que não havia qualquer caos no serviço, houve ordens internas do diretor nacional da PSP, Luís Farinha, para que fossem colocados com urgência na central profissionais que estivessem noutros serviços. Num email enviado ao seu adjunto, Luís Farinha terá mesmo referido que “o quadro de operadores para o COSul não está completo e que o volume de chamadas [era] elevado atentas as múltiplas ocorrências” que se verificavam, numa clara alusão ao incêndio de Monchique. A ordem dada na manhã de 7 de agosto foi assim para “reforçar, de imediato, o efetivo do COSul”.
Nesse mesmo dia, a PSP desmentiu uma notícia do i que dava conta de que só num domingo tinha havido mais de 173 chamadas que tinham ficado por atender pelos operadores – numa altura em que metade do país contava apenas com turnos de três ou quatro elementos. A informação acabou no entanto por ser confirmada por fonte oficial.
Contactada ontem, a Direção Nacional da PSP não prestou qualquer esclarecimento sobre a situação atual da linha 112.
O i sabe que nessa altura foram contactados 11 elementos que já tinham saído do COSul e que já estavam nos seus serviços de origem e colocados quatro voluntários. Dos onze contactados terão sido poucos os que aceitaram: a maioria ou recusou ou está de baixa. Um dos argumentos usados pelos que recusaram foi o de que já tinham estado na central obrigados há menos de um ano o que faz com que, dizem, ao abrigo do n.º3 do art.º 97.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas: Não pode haver lugar, durante o prazo de um ano, a mobilidade para o mesmo órgão, serviço ou unidade orgânica de trabalhador que se tenha encontrado em mobilidade e tenha regressado à situação jurídico-funcional de origem”.
No total terão entrado assim cinco elementos da PSP e três da GNR (quando os solicitados eram oito), o que é considerado insuficiente face aos turnos que têm de assegurar. Ainda assim, neste momento, os turnos estão a ser assegurados por mais de cinco operacionais.
Além destes problemas, existem ainda os pedidos para sair feitos pelos operadores que já lá estavam. Três desses pedidos foram apresentados por profissionais que ainda estão no período probatório, pelo que têm o direito de voltar ao seu lugar de origem. E ainda existem cinco pedidos de elementos que pretendem sair e estão a aguardar.
Contactada ontem, a OSP/PSP – Organização Sindical dos Polícias disse apenas estar atenta: “Registamos com alguma apreensão o facto de a Direção Nacional estar intransigente com a imposição de elementos que não querem ir para essas funções”.