El Niño deverá estar de volta este inverno. O alerta é da Organização Meteorológica Mundial, que fala em 70% de probabilidades de que o fenómeno climático possa vir a acontecer no último trimestre do ano, ainda assim sem aumentar a temperatura como aconteceu em 2016.
“De acordo com as previsões dos modelos e interpretações dos especialistas, é provável em quase 70% que as condições observadas alcancem o nível de um episódio El Niño, de intensidade frágil, no último trimestre de 2018 e durante o inverno de 2018/19”, informou a agência da ONU em comunicado.
O aquecimento poderá “acontecer muito rapidamente, entre setembro e novembro, mas as previsões são incertas”, refere o comunicado.
Se as consequências do fenómeno se farão notar, com um inverno mais quente do que é habitual, a organização acrescenta que será de “intensidade moderada”, mas é um cenário “duas vezes mais provável que o da persistência das condições neutras”, segundo os especialistas climatéricos.
Este aviso surge numa altura em que os meteorologistas norte-americanos chamaram a atenção para a natureza incomum da temporada de furacões deste ano. Normalmente, quando o oceano Pacífico está ativo com a energia das tempestades, o Atlântico não. Nesta altura estão os dois ativos, o que surpreende os especialistas.
Desde o início da temporada já se registaram nove tempestades no Atlântico (desde 1 de junho) e 15 no Pacífico (desde 15 de maio). Phil Klotzbach, da Universidade do Colorado, referiu à NBC que, desde 1970, apenas em dois anos (1990 e 2016) a energia ciclónica acumulada foi superior à média em ambos os oceanos ao mesmo tempo.
Este fenómeno está diretamente relacionado com o aumento da temperatura no mar, como aquele registado pela Organização Meteorológica Mundial na superfície da água nas regiões da Ásia-Pacífico, Europa, América do Norte, África e ao longo da costa da América do Sul, e que levou ao alerta do El Niño.
Nos anos do El Niño, que acontecem no mínimo a cada dois anos e no máximo a cada sete, chove menos que a média na América Central e nas Caraíbas, no sul e leste da Ásia, mas chove mais do que o costume no sul dos EUA, em África, no Médio Oriente e em algumas zonas da América do Sul.