Hector Bellerín, lateral-direito do Arsenal, diz-se farto de sofrer insultos homofóbicos por parte dos adeptos do próprio clube. Em entrevista ao jornal britânico "The Times", o jogador espanhol frisa que a sucessão dos comentários maldosos ganha proporções insustentáveis quando faz algum jogo menos bom, mas que os mesmos acontecem – quer nas redes sociais, quer no próprio estádio do Arsenal – mesmo quando tudo corre bem.
"Alguns adeptos são muito ofensivos. A maior parte dos insultos chegam online, mas consigo ouvir outros no estádio. Chamam-me lésbica porque tenho o cabelo comprido e depois continuam a lançar insultos homofóbicos. Quando jogo mal, a situação torna-se insuportável", lamenta o jogador de 23 anos, conhecido pela sua enorme velocidade: consegue fazer 40 metros em 4,41 segundos, um recorde do clube vigente desde a pré-temporada de 2014/15.
"Agora já me habituei, mas estes comentários magoam. O problema é que os adeptos têm uma ideia predefinida de como um jogador se deve vestir, como se deve comportar e como deve falar. Se te comportas de forma diferente, convertes-te num alvo. É muita pressão e é algo perigoso, porque devemos ser livres para ser quem somos", realçou Bellerín, em Londres desde 2011, proveniente dos escalões de formação do Barcelona.