A fragmentação da direita não é necessariamente má


As próximas legislativas serão provavelmente um dos mais interessantes combates eleitorais de que há memória em Portugal


Não vivemos nos Estados Unidos da América, para acharmos que as responsabilidades de poder devem estar entregues apenas a dois partidos – ou três, caso incluamos o CDS nesta equação. São vários os exemplos por toda a Europa, de governos constituídos por mais de três partidos e que se sabia nunca veio mal nenhum ao mundo por tal acontecer. 

Se à esquerda temos um PS a governar com duas muletas, que cobardemente se auto-excluíram do poder, à direita, pela primeira vez, corremos o risco de termos quatro partidos com assento parlamentar. Falo obviamente do PSD, CDS, Aliança e Iniciativa Liberal. 

Ora, sabendo que muito do eleitorado do PSD se irá transferir quer para o CDS, quer para os novos partidos Aliança e Iniciativa Liberal, mas sabendo também que estes dois novos partidos têm capacidade de atrair eleitorado próximo do PS e que o próprio PSD de Rui Rio diz mais ao centro-esquerda do que ao centro-direita, estamos em condições de afirmar que as próximas eleições legislativas serão provavelmente um dos mais interessantes combates eleitorais de que há memória em Portugal. 

O que distingue aqui a direita da esquerda, é precisamente o facto de todos os partidos à direita terem vocação e ambição governativa, não se contentando em serem meros partidos de protesto. Facto que poderá conduzir a novas geringonças.

Muitos acham que este cenário pode ser prejudicial à direita, mas, na minha modesta opinião, esta pode ser mesmo a única forma da mesma voltar ao poder nos próximos tempos e desta vez com uma maior legitimidade, que lhe permita fazer as verdadeiras reformas que um país acantonado aos sindicatos e lobbys de esquerda necessita.

Reformas estas que nos tornem verdadeiramente competitivos e que permitam que as nossas empresas cresçam e que mais empresas internacionais queiram transferir as suas sedes e filiais para Portugal.

Conhecendo o funcionamento interno dos partidos, confesso que tenho alguns problemas em acreditar em governos de apenas um partido. Confesso também que acho que governos de coligação são capazes de melhor se auto-escrutinarem e estão obviamente menos expostos às influencias das clientelas que invariavelmente gravitam à sua volta. 

Ou seja, trocando por miúdos, se não podemos viver sem os partidos, ao menos que tenhamos governos com vários partidos, para que eles se possam escrutinar uns aos outros e para que não voltem a acontecer as vergonhas públicas que se passaram aquando da última maioria absoluta de um governo socialista, à época liderado por José Sócrates.

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A fragmentação da direita não é necessariamente má


As próximas legislativas serão provavelmente um dos mais interessantes combates eleitorais de que há memória em Portugal


Não vivemos nos Estados Unidos da América, para acharmos que as responsabilidades de poder devem estar entregues apenas a dois partidos – ou três, caso incluamos o CDS nesta equação. São vários os exemplos por toda a Europa, de governos constituídos por mais de três partidos e que se sabia nunca veio mal nenhum ao mundo por tal acontecer. 

Se à esquerda temos um PS a governar com duas muletas, que cobardemente se auto-excluíram do poder, à direita, pela primeira vez, corremos o risco de termos quatro partidos com assento parlamentar. Falo obviamente do PSD, CDS, Aliança e Iniciativa Liberal. 

Ora, sabendo que muito do eleitorado do PSD se irá transferir quer para o CDS, quer para os novos partidos Aliança e Iniciativa Liberal, mas sabendo também que estes dois novos partidos têm capacidade de atrair eleitorado próximo do PS e que o próprio PSD de Rui Rio diz mais ao centro-esquerda do que ao centro-direita, estamos em condições de afirmar que as próximas eleições legislativas serão provavelmente um dos mais interessantes combates eleitorais de que há memória em Portugal. 

O que distingue aqui a direita da esquerda, é precisamente o facto de todos os partidos à direita terem vocação e ambição governativa, não se contentando em serem meros partidos de protesto. Facto que poderá conduzir a novas geringonças.

Muitos acham que este cenário pode ser prejudicial à direita, mas, na minha modesta opinião, esta pode ser mesmo a única forma da mesma voltar ao poder nos próximos tempos e desta vez com uma maior legitimidade, que lhe permita fazer as verdadeiras reformas que um país acantonado aos sindicatos e lobbys de esquerda necessita.

Reformas estas que nos tornem verdadeiramente competitivos e que permitam que as nossas empresas cresçam e que mais empresas internacionais queiram transferir as suas sedes e filiais para Portugal.

Conhecendo o funcionamento interno dos partidos, confesso que tenho alguns problemas em acreditar em governos de apenas um partido. Confesso também que acho que governos de coligação são capazes de melhor se auto-escrutinarem e estão obviamente menos expostos às influencias das clientelas que invariavelmente gravitam à sua volta. 

Ou seja, trocando por miúdos, se não podemos viver sem os partidos, ao menos que tenhamos governos com vários partidos, para que eles se possam escrutinar uns aos outros e para que não voltem a acontecer as vergonhas públicas que se passaram aquando da última maioria absoluta de um governo socialista, à época liderado por José Sócrates.

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