Optometristas “profundamente” indignados com medida adotada pelo governo no rastreio visual das crianças

Optometristas “profundamente” indignados com medida adotada pelo governo no rastreio visual das crianças


Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde, em Portugal, há uma “deficiência de meios a nível dos cuidados primários para a saúde da visão”


Esta quinta-feira, a Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) disse que está “profundamente indignada” com a medida adotada pelo governo relativamente ao rastreio visual de crianças entre os 2 e os 4 anos.

Em comunicado a APLO refere que “a Direção-Geral de Saúde ignora as recomendações da Organização Mundial de Saúde para a ambliopia e erros refrativos, ao não implementar cuidados primários para a saúde da visão de proximidade e na comunidade, com recurso a Optometristas nos centros de saúde”.

Raúl Sousa, presidente da associação alertou para o “agravamento da situação atual das listas de espera de oftalmologia, colocando em risco a saúde das nossas crianças”. O responsável disse ainda que a medida vai contra as recomendações Organização Mundial de Saúde e pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, que recomendam que os optometristas sejam integrados nos centros de saúde “como o profissional responsável pelos cuidados primários para a saúde da visão”.

“Lamentamos ainda que o processo para a elaboração da Estratégia Nacional para a Saúde da Visão, que esteve em discussão pública em julho desde ano, tenha ignorado os contributos públicos apresentados sendo pouco transparente e uma completa manobra de ilusão”, acrescentou Raúl Sousa.

A associação considera que esta integração é a resposta ao problema da lista de espera e a melhor forma para “melhorar o acesso de todos os portugueses aos cuidados necessários para a saúde da visão”.

Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde, em Portugal, há uma “deficiência de meios a nível dos cuidados primários para a saúde da visão”. Só em 2017 ficaram por realizar 233.228 consultas.