A Universidade do Porto vai receber já no próximo fim de semana uma conferência internacional que fala sobre as alterações climáticas, organizada por um comité que é muito cético ou que chega mesmo a negar fenómenos relacionados com o aquecimento global.
A notícia é avançada hoje pelo Diário de Notícias, e o encontro – que decorrerá nos dias 7 e 8 de setembro na Faculdade de Letras – é organizado pelo Independent Committee on Geoethics (ICG): um comité que tem como objetivo de "(des)construir algumas ideias sobre alterações climáticas".
A Universidade do Porto, na página onde promove a conferência, informa que um dos oradores se chama Piers Corbyn, um "reconhecido meteorologista e dono da WeatherAction", o irmão do líder trabalhista Jeremy Corbyn, que "vai demonstrar que o clima extremo na Europa é normal, já o tivemos antes".
Além disso, a conferência conta ainda com o investigador e professor sueco Nils-Axel Mörner, que a Universidade do Porto apresenta como sendo uma pessoa "que desenvolve, já desde os anos 70, [estudos] sobre as alterações do nível do mar".
Ao jornal Público, a organização do evento diz que o objetivo deste encontro é "juntar especialistas que tratam, de forma científica de diversos aspectos das variações climáticas de forma a provar que muitos dos pressupostos em que se baseiam as teorias alarmistas não são verdadeiros".
Além disso, a professora da Universidade do Porto e geógrafa, ao Diário de Notícias, defende que a conferência de imprensa não pretende negar as alterações climáticas. "Pensamos que a causa fundamental das alterações climáticas, que não negamos, não é a acumulação de CO2 na atmosfera".
"Não pode ser isso porque o CO2 é uma pequeníssima parte dos gases na atmosfera e a maior parte nem é produzido pelos humanos, não há maneira de ter essa influência que se diz", considera a professora.
Sobre a escolha dos oradores, a professora indica que não teve qualquer escolha nos nomes, mas revelou que o que realmente interessa é falar sobre coisas diferentes: "Não me interessa ter cá alguém a dizer que a causa das alterações climáticas é o CO2: isso não é ciência é política", disse.