José Raposo. “Queria ir à terra onde nasci e nunca mais voltei”

José Raposo. “Queria ir à terra onde nasci e nunca mais voltei”


As férias dos atores não são propriamente durante o verão, explica José Raposo. Nos momentos que tem entre gravações ou no decorrer das tournées, aproveita para conhecer novas culturas e tradições


Verão é sinónimo de…? 

Calor.

Quais foram as suas melhores férias? 

Tive várias férias maravilhosas. Não tanto pela praia, eu é mais pelas novas culturas e para conhecer outros países, outras pessoas e outros povos. Todas as culturas têm coisas maravilhosas. Talvez a mais próxima da imagem do que é o paraíso aqui na terra seja a Amazónia. Já lá estive duas vezes.

E as piores? 

Não tive. Todas as férias foram boas porque foram para usufruir de novas coisas, de outras culturas. Eu não procuro as férias só para me bronzear e ficar de papo para o ar.

Qual é a sua praia preferida? 

Eu ia muito com os meus pais ao quilómetro 45 – era assim que se chamava a praia que ficava a 45 quilómetros de Luanda – e ao Mussulo, que é uma ilha perto de Luanda onde as pessoas que viviam na cidade – onde eu também vivi em criança – iam muito. Mas refiro-me ao Mussulo dos anos 60, porque aquilo agora está muito diferente. Era um pequeno paraíso.

A que horas vai para a praia? 

Para a praia vou quando há menos calor e normalmente fico na esplanada. Como se costuma dizer, gosto de ficar à sombra da bananeira, em qualquer horário.

Faz desporto ou exercício físico durante as férias? Qual? 

Desporto deve ser feito em qualquer época. Gosto muito, mas não faço muita coisa. Gosto muito de natação, o que é uma contradição porque se a água do mar está fria não vou nadar.

Qual é a melhor bola de Berlim? 

É a que me aparece à frente. Sou muito guloso.

De que marisco não prescinde nesta época? 

Gosto de qualquer tipo de marisco. Há um marisco que ficou na minha memória de criança que é o caranguejo de Moçâmedes.

Férias é sinónimo de mais fotografias no Instagram ou de estar em modo offline durante dias? 

Eu sinceramente preferia estar completamente afastado das redes sociais porque nos tomam muito tempo, mesmo sem querer. Mas acabo por me render um pouco. Uso-as para falar de trabalho e de histórias antigas de teatro, que é uma coisa que gosto muito.

Qual o objeto que leva sempre consigo na bagagem? 

Faço férias trabalhando durante todo ano. Por isso, levo atrás um teatro inteiro, com atores e tudo.

Com que figura pública gostaria de ir de férias e porquê? 

Com a Sara Barradas porque é a minha mulher.

Se encontrar Marcelo Rebelo de Sousa na praia pede para tirar uma selfie? 

Não, coitado do homem. Ele já tem tantas pessoas a pedirem-lhe selfies. Ele gosta de nadar, era bom deixá-lo também nadar um bocadinho descansado.

Filme, livro e música que levava para uma ilha deserta? 

Levava os filmes da chamada época dourada do cinema português. Eu gosto muito do humor português, dos filmes do António Silva, do Vasco Santana e da Beatriz Costa. Gosto de vários livros. Por acaso, por causa de uma publicação nas redes sociais, fui rever a ‘Navegação de Cabotagem’ do Jorge Amado e ‘A Casa do Rio Vermelho’ de Zélia Gattai, mulher do Jorge Amado. Ao nível da música, levaria a banda do meu filho que se chama Bom Marido.

O que não faz enquanto está de férias? 

Não faço mesmo nada. Gosto é de não fazer nada durante as férias.

Qual a viagem que ainda não fez e não pode deixar de fazer? 

Ia a Dundo, na província de Lunda Norte, que foi a terra onde eu nasci em Angola e que nunca mais lá voltei desde os meus dois ou três anos de idade. Gostava de lá voltar.

Vai cometer excessos nestas férias? 

Não, não vou cometer nenhum excesso. [risos] O meu excesso é descansar e não fazer nada.