O injustiçado Rui Vitória


No sábado, Rui Vitória mostrou uma vez mais que é um excelente treinador. A sua equipa não ganhou mas jogou bem, foi mais forte que o adversário e mostrou uma condição física invejável, massacrando o Sporting nos últimos 20 minutos. E isto apesar de o jogo se realizar entre duas partidas da Liga dos Campeões.…


No sábado, Rui Vitória mostrou uma vez mais que é um excelente treinador. A sua equipa não ganhou mas jogou bem, foi mais forte que o adversário e mostrou uma condição física invejável, massacrando o Sporting nos últimos 20 minutos. E isto apesar de o jogo se realizar entre duas partidas da Liga dos Campeões.

Rui Vitória tem outro mérito: olha para os jovens que começam a despontar e lança-os com sucesso. E não o faz de forma envergonhada: atira-os para jogo em grandes ocasiões, como jogos da Champions e dérbis.

Nas épocas passadas foi Gonçalo Guedes, Nelson Semedo, Renato Sanches, Lindelof, Ruben Dias. Nesta época já foi Gedson e João Félix. 

Além disso, o Benfica pratica um futebol vistoso e em geral eficaz. É certo que os resultados nesta época não têm sido os desejados pelos adeptos, mas — que diabo! – o Benfica eliminou o Fenerbahçe, ganhou dois jogos para o campeonato português e empatou um, com o Sporting.

E em três épocas com Rui Vitória, foi duas vezes campeão e uma vez vice-campeão. É difícil pedir mais.

Mas o pensamento lógico não faz parte da idiossincrasia dos adeptos, e os benfiquistas queriam mesmo mais. É caso para dizer que estão mal habituados. Depois de roubarem a hegemonia do futebol português ao FC Porto, com Jorge Jesus, julgavam que a conquista era definitiva e que daí em diante não teriam concorrência. Mas no futebol não há direitos adquiridos. Os campeonatos ganham-se penosamente, jogo a jogo, e basta um dia de azar para se perder um título.

Embora se possa dizer que a qualidade de jogo do Benfica não é inferior à de algumas épocas com Jesus, este continua a ter uma aura que Rui Vitória nunca alcançará.

Mais do que a qualidade profissional, a diferença essencial entre os dois treinadores é no carisma: enquanto Jesus é uma personalidade vibrante, grita durante os jogos, gesticula, abala os media com declarações surpreendentes (apesar da sua evidente dificuldade de expressão), Vitória é um homem contido, não surpreende, é muito certinho e politicamente correto.

Ora, acha-se que uma personalidade mortiça como ele não poderá ser um grande técnico e sobretudo um grande condutor de homens.

A contestação de alguns benfiquistas a Rui Vitória tem mais que ver com a sua personalidade do que com a qualidade do seu trabalho. Assim, apesar dos bons resultados que tem conseguido nas três épocas ao serviço do Benfica, e do constante lançamento de novos jogadores, Rui Vitória será objeto de enorme contestação se for eliminado da Champions depois de amanhã na Grécia.

Não será despedido, bem entendido, mas ficará a prazo. E se não for campeão nacional, será mesmo dispensado pela porta pequena.

O que será uma grande injustiça, repito. Mas o futebol tem essa característica: é muitas vezes cruel.


O injustiçado Rui Vitória


No sábado, Rui Vitória mostrou uma vez mais que é um excelente treinador. A sua equipa não ganhou mas jogou bem, foi mais forte que o adversário e mostrou uma condição física invejável, massacrando o Sporting nos últimos 20 minutos. E isto apesar de o jogo se realizar entre duas partidas da Liga dos Campeões.…


No sábado, Rui Vitória mostrou uma vez mais que é um excelente treinador. A sua equipa não ganhou mas jogou bem, foi mais forte que o adversário e mostrou uma condição física invejável, massacrando o Sporting nos últimos 20 minutos. E isto apesar de o jogo se realizar entre duas partidas da Liga dos Campeões.

Rui Vitória tem outro mérito: olha para os jovens que começam a despontar e lança-os com sucesso. E não o faz de forma envergonhada: atira-os para jogo em grandes ocasiões, como jogos da Champions e dérbis.

Nas épocas passadas foi Gonçalo Guedes, Nelson Semedo, Renato Sanches, Lindelof, Ruben Dias. Nesta época já foi Gedson e João Félix. 

Além disso, o Benfica pratica um futebol vistoso e em geral eficaz. É certo que os resultados nesta época não têm sido os desejados pelos adeptos, mas — que diabo! – o Benfica eliminou o Fenerbahçe, ganhou dois jogos para o campeonato português e empatou um, com o Sporting.

E em três épocas com Rui Vitória, foi duas vezes campeão e uma vez vice-campeão. É difícil pedir mais.

Mas o pensamento lógico não faz parte da idiossincrasia dos adeptos, e os benfiquistas queriam mesmo mais. É caso para dizer que estão mal habituados. Depois de roubarem a hegemonia do futebol português ao FC Porto, com Jorge Jesus, julgavam que a conquista era definitiva e que daí em diante não teriam concorrência. Mas no futebol não há direitos adquiridos. Os campeonatos ganham-se penosamente, jogo a jogo, e basta um dia de azar para se perder um título.

Embora se possa dizer que a qualidade de jogo do Benfica não é inferior à de algumas épocas com Jesus, este continua a ter uma aura que Rui Vitória nunca alcançará.

Mais do que a qualidade profissional, a diferença essencial entre os dois treinadores é no carisma: enquanto Jesus é uma personalidade vibrante, grita durante os jogos, gesticula, abala os media com declarações surpreendentes (apesar da sua evidente dificuldade de expressão), Vitória é um homem contido, não surpreende, é muito certinho e politicamente correto.

Ora, acha-se que uma personalidade mortiça como ele não poderá ser um grande técnico e sobretudo um grande condutor de homens.

A contestação de alguns benfiquistas a Rui Vitória tem mais que ver com a sua personalidade do que com a qualidade do seu trabalho. Assim, apesar dos bons resultados que tem conseguido nas três épocas ao serviço do Benfica, e do constante lançamento de novos jogadores, Rui Vitória será objeto de enorme contestação se for eliminado da Champions depois de amanhã na Grécia.

Não será despedido, bem entendido, mas ficará a prazo. E se não for campeão nacional, será mesmo dispensado pela porta pequena.

O que será uma grande injustiça, repito. Mas o futebol tem essa característica: é muitas vezes cruel.