Os agricultores produtores de café estão a passar por uma das piores crises da última década. O preço do café atingiu esta segunda-feira valores mínimos históricos em 12 anos com o grão de café a valer menos de um dólar por libra – unidade de peso utilizada no setor e que corresponde a cerca de 454 gramas – na bolsa de Nova Iorque.
Roberto Vélez, dirigente da Federação Nacional de Cafeteiros da Colômbia (FNC) disse ao El País que "esta não é só uma crise das 540 mil famílias cafeteiras colombianas, é uma crise mundial do café. Com estes níveis de preço, nenhuma produção de café é rentável e sustentável".
Na Colômbia – o terceiro maior produtor de café – a FNC vai mesmo reunir-se com o governo para discutir um fundo de estavilização de preços de forma a aliviar as dívidas dos produtores. Em cima da mesa estará também a criação de um programa de retenção de café.
A queda do preço de referência para os cafés suaves já vem desde novembro de 2016 quando o grão valia 1,60 dólares por libra. Esta é a primeira vez desde 2006 que o valor do café passa a barreira de um dólar por libra.
No entanto, esta desvalorização do grão de café não vai ter influência no preço cobrado ao consumidor. A cadeia de cafés norte-americana Starbucks vai mesmo aumentar os preços dos seus produtos, avança a Bloomberg. Isso porque os gastos com a matéria-prima constituem uma pequena parte dos custos da produção de café.
Em Portugal o custo da chamada “bica” ou “cimbalino” deverá manter-se. Tanto o consumo como a produção de café tem estado em crescimento em Portugal nos últimos anos, tendo crescido 3,1% em 2017, contabilizando 500 milhões de euros, segundo um estudo publicado em maio pela consultora Informa D&B.