Varandas ou Benedito? Que ganhe o Sporting


Nunca os sportinguistas foram chamados a escolher a sua nova direção perante uma pluralidade tão grande e com tanta qualidade de candidatos


Só utilizei esta coluna uma vez para falar sobre o Sporting. Foi logo após os acontecimentos de Alcochete e expressava a minha tristeza com o que tinha acontecido. Tínhamos vivido o momento mais negro da vida do meu clube e a desilusão tomava conta de mim. 

Nesse artigo, falei da minha educação clubística e do facto de ter crescido numa família com gente do Benfica, do Porto, do Belenenses e, claro, do meu Sporting. Falei daquilo que o meu clube representa para mim e do porquê de ter escolhido ser do Sporting. Foi um momento triste, mas foi também um momento de nostalgia ou, se preferirmos, de balanço. De certa forma, fui eu, num momento de crise, a reencontrar-me com o meu clube e a dizer ao mundo que, em nome do desporto, há barreiras éticas que nunca poderiam ter sido ultrapassadas. 

Desde esse momento, muito se passou em Alvalade. O até aí presidente foi corrido pelos sócios, e um novo ato eleitoral agendado. De um momento para o outro, começaram a aparecer candidatos. Digo-o sem qualquer facciosismo: apareçam muitos e bons. Nunca os sportinguistas foram chamados a escolher a sua nova direção perante uma pluralidade tão grande e com tanta qualidade de candidatos. 

Admiro muito a capacidade de entrega dos sócios que avançaram para esse desafio. Não é fácil toda esta exposição pública, não é fácil apresentar ideias num mundo tantas vezes radicalizado e não é fácil lidar com os meios de comunicação social que usam e abusam da popularidade do desporto-rei para com isso fabricarem polémicas e aumentarem as tiragens e audiências. 

Gostei da coragem de Ricciardi, gosto de algumas ideias de Tavares Pereira e de alguns nomes da lista de Rui Jorge Rego. Tenho admiração pelo sportinguismo de Dias Ferreira e tenho gostado da prestação de Pedro Madeira Rodrigues nos debates. Mas, sejamos sinceros, esta luta será entre Varandas e Benedito. 

O único dos putativos candidatos que não gostaria que um dia ficasse à frente do meu clube é Luís Figo. Felizmente, não teve coragem de avançar. O ex-internacional português, conhecido em Espanha como “peseteiro”, vinha, juntamente com quem o acompanhava, para se servir do Sporting, e não para servir o Sporting. Era gente que vinha para fazer negócio, mover influências e encher os bolsos. Nada mais.

Mas voltando a quem realmente interessa. As sondagens confirmam que as eleições se bipolarizaram. Varandas tem a seu favor uma muito melhor comunicação que Benedito, o facto de ter avançado primeiro e uma lista que parece coesa. No entanto, joga contra ele um discurso muitas vezes crispado e pouco agregador, para além ter começado a enfiar políticos na campanha – será que ainda não percebeu que não se mistura política com futebol?

Já Benedito não tem boa comunicação, mas tem aquilo que em comunicação chamamos de goodwill junto dos sócios. Ninguém duvida do seu sportinguismo e das suas boas intenções para com o nosso clube. Nos debates, sendo o candidato mais novo, tem sido também aquele que tem demonstrado mais maturidade. Terá um projeto verdadeiramente vencedor?

O futuro pertence agora aos restantes candidatos. Eventuais desistências vindas de qualquer uma das outras listas podem criar uma imparável dinâmica de vitória quer para Benedito, quer para Varandas. Aguentarão todos os candidatos até à meta final? Não sei. A única coisa que sei é que, no final, quero que ganhe o Sporting. 

 

Publicitário

 


Varandas ou Benedito? Que ganhe o Sporting


Nunca os sportinguistas foram chamados a escolher a sua nova direção perante uma pluralidade tão grande e com tanta qualidade de candidatos


Só utilizei esta coluna uma vez para falar sobre o Sporting. Foi logo após os acontecimentos de Alcochete e expressava a minha tristeza com o que tinha acontecido. Tínhamos vivido o momento mais negro da vida do meu clube e a desilusão tomava conta de mim. 

Nesse artigo, falei da minha educação clubística e do facto de ter crescido numa família com gente do Benfica, do Porto, do Belenenses e, claro, do meu Sporting. Falei daquilo que o meu clube representa para mim e do porquê de ter escolhido ser do Sporting. Foi um momento triste, mas foi também um momento de nostalgia ou, se preferirmos, de balanço. De certa forma, fui eu, num momento de crise, a reencontrar-me com o meu clube e a dizer ao mundo que, em nome do desporto, há barreiras éticas que nunca poderiam ter sido ultrapassadas. 

Desde esse momento, muito se passou em Alvalade. O até aí presidente foi corrido pelos sócios, e um novo ato eleitoral agendado. De um momento para o outro, começaram a aparecer candidatos. Digo-o sem qualquer facciosismo: apareçam muitos e bons. Nunca os sportinguistas foram chamados a escolher a sua nova direção perante uma pluralidade tão grande e com tanta qualidade de candidatos. 

Admiro muito a capacidade de entrega dos sócios que avançaram para esse desafio. Não é fácil toda esta exposição pública, não é fácil apresentar ideias num mundo tantas vezes radicalizado e não é fácil lidar com os meios de comunicação social que usam e abusam da popularidade do desporto-rei para com isso fabricarem polémicas e aumentarem as tiragens e audiências. 

Gostei da coragem de Ricciardi, gosto de algumas ideias de Tavares Pereira e de alguns nomes da lista de Rui Jorge Rego. Tenho admiração pelo sportinguismo de Dias Ferreira e tenho gostado da prestação de Pedro Madeira Rodrigues nos debates. Mas, sejamos sinceros, esta luta será entre Varandas e Benedito. 

O único dos putativos candidatos que não gostaria que um dia ficasse à frente do meu clube é Luís Figo. Felizmente, não teve coragem de avançar. O ex-internacional português, conhecido em Espanha como “peseteiro”, vinha, juntamente com quem o acompanhava, para se servir do Sporting, e não para servir o Sporting. Era gente que vinha para fazer negócio, mover influências e encher os bolsos. Nada mais.

Mas voltando a quem realmente interessa. As sondagens confirmam que as eleições se bipolarizaram. Varandas tem a seu favor uma muito melhor comunicação que Benedito, o facto de ter avançado primeiro e uma lista que parece coesa. No entanto, joga contra ele um discurso muitas vezes crispado e pouco agregador, para além ter começado a enfiar políticos na campanha – será que ainda não percebeu que não se mistura política com futebol?

Já Benedito não tem boa comunicação, mas tem aquilo que em comunicação chamamos de goodwill junto dos sócios. Ninguém duvida do seu sportinguismo e das suas boas intenções para com o nosso clube. Nos debates, sendo o candidato mais novo, tem sido também aquele que tem demonstrado mais maturidade. Terá um projeto verdadeiramente vencedor?

O futuro pertence agora aos restantes candidatos. Eventuais desistências vindas de qualquer uma das outras listas podem criar uma imparável dinâmica de vitória quer para Benedito, quer para Varandas. Aguentarão todos os candidatos até à meta final? Não sei. A única coisa que sei é que, no final, quero que ganhe o Sporting. 

 

Publicitário