Ainda se lembra dos chafarizes? Do de Sebastião da Pedreira ao de Santa Ana

Ainda se lembra dos chafarizes? Do de Sebastião da Pedreira ao de Santa Ana


Lisboa é uma cidade recheada de História e de histórias para descobrir, contadas não só pelos monumentos, mas também por cada tua, cada placa toponímica, cada estátua e, claro, os tão esquecidos chafarizes. O i quis recordá-los e, às terças e sextas, reúne-os bairro a bairro. Neste capítulo os escolhidos foram Entrecampos, Avenidas Novas e…


Chafariz de Entrecampos

Situa-se na Rua de Entrecampos e foi construído em 1851. Assemelha-se, em parte, a um chafariz de que falaremos no próximo capítulo – o do Intendente ou do Desterro, na Rua da Palma. Edificado por vontade camarária, este exemplar destaca-se dos restantes da cidade pelo seu enquadramento: é ladeado por dois painéis de azulejos – colocados mais tarde, só em 1993 – que mostram uma panorâmica do Vale de Entrecampos. De resto, tem um tanque em formato retangular, para o qual vertem duas bicas. Por cima, a inscrição “A Câmara Municipal de Lisboa em 1851”, encimada pelas armas da cidade.

Chafariz de Santa Ana 

O Chafariz de Santa Ana encontra-se, tal como o Chafariz do Largo do Mastro, no Largo do Mastro. Encostado a um muro, tem, ao contrário do outro, um tanque retangular. Três bicas em ferro e ornamentadas com motivos florais vertem água para a bacia. Ao centro exibem-se as armas municipais, com o ano de construção – 1887 – imediatamente por baixo.

Chafariz do Largo do Mastro

Terminado em 1848, o Chafariz do Largo do Mastro não estava inicialmente localizado no Largo do Mastro (Arroios), mas sim em Belém. Contudo, daí saiu em 1940, por causa da Exposição do Mundo Português, e sete anos depois viria então a ocupar a localização onde até hoje pode ser encontrado. Tal como outros na cidade, foi o arquiteto Malaquias Ferreira Leal que o desenhou, e apesar de seguir um esquema que já vimos em alguns, apresenta alguns traços diferenciadores. De planta circular, no centro do tanque deste chafariz ergue-se uma coluna com vários elementos e motivos nos quais vale a pena reparar. Destaque, porém, para os quatro golfinhos com a função de bicas que foram originalmente pensados para um chafariz que nunca veio a sê-lo, o do Campo de Santana.

Chafariz de São Sebastião da Pedreira

Desenhado pelo arquiteto Francisco António Ferreira Cangalhas, é um chafariz de encosto com dois níveis, de traço simples. Ainda assim, levou quatro anos a ser construído: a primeira pedra foi lançada em 1787 e só quatro anos depois, em 1791, começou a correr água nas suas bicas. O nível superior apresenta um tanque retangular alimentado por duas bicas e está ligado ao inferior por duas escadarias laterais, onde outro tanque retangular é alimentado por uma bica. Localizado na rua com o mesmo nome, este chafariz é escasso em elementos decorativos e existem apenas dois, no topo: as armas reais e, por cima, uma esfera.