O refúgio da realeza espanhola
As férias dos reis de Espanha em Palma de Maiorca são uma tradição com mais de quatro décadas. Construído pelo arquiteto Guillem Fortaleza Pinya, até 1972 o Palácio de Marivent (uma combinação das palavras mar e vento em espanhol) foi um museu dedicado ao pintor Juan de Saridakis, que aqui viveu até morrer. Dona Sofia fez dele um verdadeiro paraíso terrestre para a família real, que aqui passou as primeiras férias a 4 de junho de 1976. Além da vista magnífica, o palácio conta com um jardim com 32.000 metros quadrados que chega até ao mar, onde se pode encontrar uma praia e um porto. Ali Filipe e Juan Carlos podem dedicar-se ao seu desporto favorito: a vela. O interior da casa principal tem dois pisos: o primeiro conta com uma sala principal, uma sala de refeições, a biblioteca, o quarto principal, a cozinha, e várias casas de banho. Os restantes quatro quartos encontram-se no segundo andar, a par de várias casas de banho, duas salas e um terraço.
Na década de 90, com o casamento das filhas e o nascimento dos netos, a família reabilitou três vivendas anexas ao palácio. Son Vent é ocupada pelos atuais reis, Felipe e Letizia, durante a semana que passam na ilha. À direita encontra-se a vivenda da família da Infanta Cristina e à esquerda a da Infanta Elena.
Repousar numa fortaleza
Emmanuel e Brigitte Macron vão passar férias no Pavilhão das Lanternas em Versalhes, mas os presidentes franceses têm outra residência de vilegiatura bem longe da azáfama da cidade: Fort de Brégançon, uma fortaleza implantada num ilhéu, no Sul do país, entre Marselha e Nice. No interior da muralha, encontra-se o palácio presidencial, situado 35 metros acima do nível do mar.
Em maio deste ano, Macron mandou construir uma piscina no palácio, o que gerou controvérsia entre os franceses – a despesa foi rapidamente justificada como uma forma de poupar na segurança das deslocações do político até à praia.
Charles de Gaulle foi o primeiro a pernoitar no forte, nas comemorações que se sucederam ao final da Segunda Guerra Mundial. Dormiu numa cama pequena e num quarto cheio de mosquitos.
A família de Georges Pompidou era a que mais apreciava a casa. Claude Pompidou, a primeira-dama, remodelou o espaço onde passavam todos os fins de semana, tanto no verão como no inverno. E foi ali que o presidente recebeu o líder da União Soviética, Leonid Brejnev.
Fundado no século XIII, o Fort de Brégançon sofreu várias remodelações ao longo dos séculos e a sua manutenção custa 200 mil euros por ano.
“O sítio mais bonito da Terra”
Foi descrito pela princesa Eugénia como “o sítio mais bonito da terra” e é o local de eleição da rainha Isabel para as suas férias. O Palácio de Balmoral é uma das residências da família real britânica desde 1852, comprado pelo príncipe Alberto como presente para a rainha Vitória. Hoje não pertence diretamente à rainha, mas sim à “Crown Estate”, a empresa que detém e gere parte do património da família real.
Localizada a uma hora e meia de Aberdeen, a propriedade escocesa tem mais de 20 mil hectares, com uma floresta onde habitam espécies raras, como os esquilos vermelhos, e 150 edifícios no seu perímetro, entre os quais Birkhall, a propriedade do príncipe Carlos. Aqui, a família real emprega 50 trabalhadores a tempo inteiro e 50 a 100 a tempo parcial para cuidar dos jardins e dos animais, bem como para preparar as visitas oficiais da rainha. Em Balmoral, Isabel II sente-se livre das responsabilidades do cargo e aproveita para passear de Range Rover pelo campo ou fazer outras atividades ao ar livre com a família, como pescar, caçar, organizar piqueniques ou churrascos. Este foi o destino escolhido pelo príncipe Carlos e pela princesa Diana de Gales para passarem a lua-de-mel, em 1981.
Um presidente louco por golfe
Local de eleição dos Kennedy, mas também dos Clinton e dos Obama, a estância balnear de Martha’s Vineyard, no Massachusetts, tem sido um dos refúgios mais procurados pelos presidentes dos Estados Unidos.
Mas Donald Trump, já se sabe, gosta de quebrar tradições, preferindo passar férias num dos seus 18 clubes de golfe. Em particular no Trump National Golf Club na vila de Bedminster, em New Jersey. Foi dali que o presidente norte-americano emitiu a sua ameaça de “destruição total” da Coreia do Norte durante a crise de setembro de 2017.
Ao longo da sua carreira no setor imobiliário, Trump caracterizou-se pela aposta na compra de imóveis para remodelação, mas o Trump National Golf Club é um dos poucos mandados construir de raiz pelo presidente dos Estados Unidos.
Além dos campos de golfe, o clube conta também com diversas piscinas e jardins, sendo possível alugar espaços para casamentos e conferências.
Sendo este um campo de alto nível, em 2017 recebeu o Open feminino dos Estados Unidos e em 2022 irá ser palco do PGA Championship. Fora esses eventos, este paraíso verde encontra-se reservado a um número ultra-restrito de sócios.
Os papas também tiram férias
A 20 quilómetros de Roma e 10 minutos de avião do Vaticano, Castel Gandolfo é a casa de férias dos pontífices desde 1596.
O Papa Urbano VIII foi o primeiro a sentir necessidade de um espaço onde passar as férias e remodelou este edifício na região italiana do Lácio. Nem sempre, no entanto, o palácio teve uma existência tranquila: durante a Segunda Guerra Mundial, serviu de refúgio a cerca de doze mil pessoas. No final da guerra, voltou a ser a residência de férias dos papas.
Embora seja um local cheio de história, a decoração é simples e pouco luxuosa. A “Sala dos Suíços”, o “Salão Verde”, a “Galeria de Música”, a “Sala do Trono”, a “Sala do Consistório”, o escritório, o quarto papal e a biblioteca são algumas das divisões.
Entre 1976 e 2004, o Papa João Paulo II passou aqui todos os verões e depois de falecer, esta tornou-se a residência oficial de Bento XVI após renunciar ao pontificado.
Já o atual Papa Francisco nunca cumpriu a tradição de ali passar férias. Uma decisão que causou polémica entre os fiéis e curiosos que esperam todos os anos pelas missas de verão do Papa e para os residentes locais, que se sentem prejudicados pela falta de turistas.
A mansão pouco secreta de Putin
Enquanto o Kremlin divulgava fotografias que davam conta de umas férias simples e modestas, o opositor Alexei Navalny mostrava outra realidade: imagens aéreas obtidas por drone mostravam a opulenta Villa Sellgren – um refúgio que de frugal não tem nada.
A mansão fica na ilha de Lodochny, entre a Rússia e a Finlândia, e inscreve-se numa propriedade de 20 hectares.
A principal casa da mansão tem um porto, um heliporto, piscina climatizada, um escritório com duas águias russas gravadas a ouro por cima da secretária, sauna e mesa de bilhar, entre muitas outras comodidades. Este pedaço de luxo perdido na ilha que já foi o cenário de um filme de Sherlock Holmes hoje está protegido por um sistema de videovigilância e os habitantes da ilha estão proibidos de se aproximar do perímetro de segurança.
Navalny descobriu também que o destino paradisíaco de Putin não está em nome do presidente russo, mas sim de um amigo, o empresário Sergei Rudnov.
Depois de divulgadas as imagens, Putin foi alvo de duras críticas pela oposição e acusado de corrupção.