Ponte Morandi. Três membros de uma família encontrados mortos

Ponte Morandi. Três membros de uma família encontrados mortos


Já não há mais pessoas  desaparecidas. Balanço oficial da queda do viaduto é de 43 vítimas mortais


Cinco dias depois da queda do viaduto Polvecera, conhecido como ponte Morandi, por causa do engenheiro que a desenhou, foram ontem encontradas mortas as últimas pessoas dadas como desaparecidas. Três membros da mesma família estavam dentro de uma viatura presa nos escombros, elevando assim para 43 o número total de vítimas do acidente de terça-feira passada.
A câmara de Génova, que anunciou a notícia, especificou ainda que nove pessoas continuam hospitalizadas, quatro delas em estado crítico.
Apesar de já não haver mais pessoas consideradas desaparecidas não foi decretado o fim da operação de busca que decorre entre os destroços da secção de 200 metros de comprimento da ponte que desabou.
“Não vamos parar. O nosso trabalho continua de maneira a ter a certeza absoluta de que ninguém ficou debaixo dos destroços”, explicou Stefano Zanut, responsável dos bombeiros, entrevistado pela Sky TG24. Até porque a investigação à causa do acidente continua.
Autostrade per l’Italia, a empresa concessionária, alvo de acusações de que não fez bem o seu trabalho de manutenção – inclusivamente, o governo italiano ameaçou com retirar-lhe as concessões –, solicitou no sábado 500 milhões de euros para reconstruir a travessia, parte essencial da A10, a autoestrada que liga Génova a França.
Ao mesmo tempo, a empresa, que pertence ao grupo Atlantia,  da família Benetton, criou um fundo para ajudar as vítimas e as pessoas que foram retiradas dos bairros situados por baixo da ponte, e que não poderão voltar a casa por temor a que haja mais desabamentos.
O governo também já cativou uma verba de 32 milhões de euros para ajudar a encontrar um lugar para essas pessoas viverem. Giovanni Toti, o governador da região, anunciou que as primeiras casas provisórias para albergar essas pessoas serão disponibilizadas hoje, calculando que o processo ficará concluído no espaço de dois meses.
Entretanto, o executivo de Giuseppe Conte já fez saber que lançará em setembro um plano para avaliar o estado de segurança das infraestruturas do país, de modo a evitar que outro acidente trágico do género possa vir a suceder. A notícia foi avançada pelo subsecretário de Estado do gabinete do primeiro-ministro, Giancarlo Giorgetti, em entrevista ao “Il Messagero”. Sem avançar os custos do plano, Giorgetti salientou que o executivo não se sentirá restringido pela limitação do défice imposto pela Comissão Europeia, no que parece ser mais um desafio a Bruxelas de um governo formado por dois partidos eurocéticos.