Pela primeira vez na história dos Estados Unidos o Partido Democrata terá como nomeada uma candida transgénero a governadora para o estado do Vermont. Christine Hallquist, de 62 anos, venceu a nomeação democrata contra três candidados, com um rapaz de 14 anos, Ethan Sonneborn, a figurar entre os derrotados.
“Acho que o Vermont é um farol de esperança para o resto do país”, disse a agora nomeada democrata à agência Reuters pouco depois de conhecer o resultado das eleições. “Estou orgulhosa de ser um modelo para outros em comunidades marginalizadas, para que se possam levantar e fazer-se ouvir”, acrescentou.
Agora, Hallquist enfrentará o republicano e atual governador Phil Scott, que tem uma taxa de aprovação do eleitorado de 61%.
Num momento em que os direitos das minorias estão a ser colocados em causa pela administração do presidente Donald Trump e a extrema-direita ganha crescente espaço político, esta vitória tem um enorme significado simbólico para o país. “Oito de novembro de 2016 [quando Trump ganhou as eleições presidenciais] foi quando percebi que o mundo tinha mudado”, admitiu Hallquist.
Ainda que a vitória de Hallquist seja caso único dos Estados Unidos em termos de cargos para governador, as candidaturas de pessoas transgénero para cargos nacionais não o são. E este ano poderão ter atingido números recorde: 400 candidatos estão a disputar as nomeações em vários círculos eleitorais, com a grande maioria a ser democrata, segundo o Victory Institute, instituição focada na promoção da causa LGBT.
Número que contrasta com os do investigador Logan Casey, da universidade Havard T.H. Chan, que diz serem 43 os candidatos transgénero. Destes, quatro já ganharam a nomeação democrata e vão agora concorrer contra candidatos republicanos para o congresso, enquanto outros 17 perderam as primárias democratas. Os últimos 21 terão ainda de se submeter à vontade do eleitorado.