Ainda se lembra dos chafarizes? Por Alfama e Marvila

Ainda se lembra dos chafarizes? Por Alfama e Marvila


Lisboa é uma cidade recheada de História e histórias para descobrir, contadas não só pelos monumentos, mas também por cada rua, cada placa toponímica, cada estátua e, claro, os tão esquecidos chafarizes. O i quis recordá-los e, às terças e sextas, reúne-os bairro a bairro. Neste capítulo, os escolhidos foram Alfama e Marvila


1. Chafariz de Dentro ou dos Cavalos

A atual designação – Chafariz de Dentro – tem a ver com a sua localização intramuros da Muralha Fernandina. Mas em tempos foi chamado Chafariz dos Cavalos. Segundo alguns autores, o motivo eram as suas bicas de bronze com o formato de cabeças de cavalo (retiradas em 1373), mas há quem fale também do facto de inicialmente ter sido utilizado como bebedouro para animais. Trata-se de um chafariz de espaldar, definido por um extenso muro retangular em cantaria, e situa-se no bairro de Alfama, dando nome ao largo de que faz parte: o Largo do Chafariz de Dentro. É um dos chafarizes mais antigos de Lisboa, datando a sua primeira referência documental de 1280. Sofreu alguns danos com o terramoto de 1755, mas foi recuperado em 1872.

2. Chafariz do Miradouro de Santa Luzia

É uma bica de cantaria e está localizado no Miradouro de Santa Luzia, que tem uma ampla vista sobre o bairro de Alfama e o rio Tejo. O chafariz surge encostado a um painel de azulejos de tipo industrial – cujo padrão representa a esfera armilar – e está virado para o espelho de água retangular que pontua o local. A água jorra através de um delfim (uma espécie de golfinho) para uma taça semicircular, que transborda para uma segunda taça também semicircular, mas de maior dimensão, colocada na base. Além do chafariz, no espaço do miradouro pode ainda visitar outros pontos característicos, como a cúpula de Santa Engrácia, a Igreja de Santo Estêvão e as duas torres brancas da Igreja de São Miguel.

3. Chafariz da Rua do Vale Formoso de Cima

Situado na Rua do Vale Formoso de Cima, no bairro de Marvila, este é um chafariz em pedra, de desenho simplificado, e surge encostado a um muro de alvenaria trilobado, enquadrado por bancos, um de cada lado. O seu espaldar de encosto – que acompanha o formato do muro – apresenta um remate curvo e exibe uma torneira, que verte águas para uma taça quadrangular, a qual se prolonga, num nível inferior e para a frente, para outra semicircular. Apesar do desgaste das letras, é possível perceber que o chafariz tem gravada a sigla CML (de Câmara Municipal de Lisboa) a cor-de-rosa.