Comprar ou arrendar? Descubra qual a solução mais vantajosa

Comprar ou arrendar? Descubra qual a solução mais vantajosa


Os portugueses estão a tentar comprar casa para “fugir” ao valor elevado das rendas que são atualmente cobradas, mas também neste campo os preços não são acessíveis. E cada uma das decisões tem os seus prós e contras


Comprar ou arrendar casa? Essa é uma dúvida que persiste junto de muitos portugueses. A resposta não é fácil e ganha outra dimensão com os preços que atualmente são praticados no mercado imobiliário, principalmente nos grandes centros urbanos. 

A verdade é que os preços das casas não param de subir no mercado nacional e a tendência é para continuarem a aumentar. Os valores de venda dos imóveis aumentaram em Lisboa e Porto mais de 20%. Os dados foram revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que informa que o preço médio na capital é de 2581 euros por metro quadrado, enquanto no Porto o valor desce para 1379 euros por metro quadrado, bem acima do valor mediano, que está fixado nos 930 euros por metro quadrado. 

Ainda segundo o organismo há freguesias nestas duas cidades em que os aumentos ultrapassaram os 40%. E as notícias não são animadoras: a tendência é para se manter este ritmo de crescimento, fazendo soar alarmes a quem está à procura de casa, uma vez que é confrontado com valores quase absurdos. A explicação para este fenómeno é simples: há cada vez menos casas à venda e cada vez mais pessoas a querer adquirir um imóvel – portanto, a balança está desequilibrada. Resultado: os preços sobem. 

E essa balança desequilibrada acaba por afetar também quem procura um imóvel para arrendar. Na capital, uma renda tem um custo mediano de 962 euros por mês; já no Porto desce para 677 euros. É certo que os valores variam de região para região, mas há um traço comum: ao final do mês, mesmo contando com os custos dos impostos, seguros, comissões e juros associados aos empréstimos junto da banca, arrendar custa sempre mais do que comprar. 

A par do valor também há que contar com a questão psicológica. Muitos portugueses valorizam a segurança da compra: findo o contrato de crédito, há a garantia de que a casa passa para as suas mãos. Já no arrendamento, apesar dos direitos de renovação, o inquilino pode, um dia, ser convidado a sair pelo senhorio. Além disso, por mais rendas que pague, nunca será proprietário do imóvel.

Há ainda que ter outros fatores em consideração. Por exemplo, o arrendamento pode ser a solução ideal para quem está em início de carreira, pretende sair de casa dos pais ou não tem rendimentos para comprar. Também a mobilidade é apontada como uma das vantagens desta opção. Ou seja, ela permite mudar de casa com facilidade dada a duração dos contratos, e não precisa de esperar por um bom negócio para vender, como ocorre com os proprietários.

Há outros critérios a ter em conta para tomar a melhor decisão. No caso do arrendamento, precisa de pagar a renda mensalmente – inicialmente, terá de pagar uma renda como adiantamento que serve de caução – e o valor das obras, consoante o que for acordado com o senhorio. Já no caso da compra terá, na maioria dos casos, de recorrer a um empréstimo bancário e, geralmente, as instituições financeiras não concedem empréstimos pelo valor total de compra ou avaliação.

Já para quem tem dinheiro extra, a compra de uma segunda casa pode ser vista como uma boa alternativa de investimento face aos tradicionais produtos de poupança. A contribuir para esta tendência estão as taxas de juro dos depósitos e de outro tipo de produtos de poupança, que são pouco atrativas, gerando a necessidade de se encontrar outras opções.

Prós e Contras a ter em conta
 

Compra
•  No fim do empréstimo, a casa é sua
•  Pode fazer obras sempre que desejar
•  Em alguns casos, a prestação a pagar ao banco é mais baixa que o valor da renda
•  Ao contrário do que acontecia, o banco deixou de emprestar o valor a 100%. Agora, ele ronda os 80%
•  Conte com valores extra, tanto na compra como em encargos anuais
 

Arrendamento
•  Precisa apenas de pagar as rendas. No momento da entrada terá de pagar uma caução
•  Mobilidade facilitada
•  Pode ser convidado a sair a qualquer momento 
•  Precisa de autorização do senhorio para fazer obras
•  Nunca será dono do imóvel