Os preços das casas continuam a aumentar. Entre janeiro e março, os valores de venda dos imóveis aumentaram em Lisboa e Porto mais de 20%. Os dados foram revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que informa que o preço médio na capital é de 2581 euros por metro quadrado, enquanto no Porto o valor desce para 1379 euros por metro quadrado, bem acima do valor mediano, que está fixado nos 930 euros por metro quadrado. Ainda assim, segundo o organismo há freguesias nestas duas cidades em que os aumentos ultrapassaram os 40%. A única exceção é mesmo Marvila, onde, mais uma vez, os preços voltaram a cair.
Mas vamos a números. No Porto, na União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, o valor mediano da venda subiu 45,2% para 1636 euros por metro quadrado.
Já em Lisboa, a freguesia de Santo António viu os preços aumentarem 39,8% para mais de quatro mil euros por metro quadrado. Em Campolide, os valores de venda cresceram 32,5% para 2469 euros por metro quadrado e em Campo de Ourique subiram 30,4% para 2965 euros por metro quadrado.
Aliás, é na freguesia de Santo António – que inclui a Avenida da Liberdade e áreas adjacentes – que são praticados os preços mais elevados, seguindo-se Misericórdia (3667 euros por metro quadrado), que abrange a área do Bairro Alto e do Cais do Sodré, e Santa Maria Maior (3528 euros por metro quadrado), que inclui a área do Castelo e Baixa/Chiado.
Preços mais baixos Marvila, Beato, Santa Clara, Lumiar, Areeiro e Carnide foram as freguesias que no primeiro trimestre registaram preços medianos e taxas de variação face ao período homólogo inferiores aos da cidade de Lisboa (subiram 20,4% para 2581 euros por metro quadrado). Marvila foi mesmo a única freguesia onde os preços caíram 12,4% face ao período homologo, tendo registado também o preço mais baixo: 1483 euros por metro quadrado.
Quanto ao Porto, a União de freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória destacou-se entre as sete freguesias da cidade por apresentar, ao mesmo tempo, um preço mediano de venda acima do valor da cidade (1379 euros por metro quadrado) e uma taxa de variação face ao período homólogo superior à verificada na cidade (22,7%).
Já na freguesia de Paranhos, o preço cresceu 24,3% para os 1270 euros por metro quadrado, enquanto na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde e em Ramalde os preços cresceram 20,2% e 16,2% para 2051 euros e 1249 euros por metro quadrado, respetivamente.
Já nos três primeiros meses do ano, a freguesia de Campanhã registou o menor preço mediano de alojamentos vendidos – 801 euros por metro quadrado – e a menor variação homóloga (+0,9%) entre as freguesias da cidade do Porto.
Outros casos Mas se as duas maiores cidades do país apresentam a maior variação homóloga dos preços, há municípios onde o valor das casas disparou a um ritmo muito mais acelerado no espaço de apenas três meses. É o caso de Aguiar da Beira. Entre o quarto trimestre de 2017 e o primeiro trimestre de 2018, o preço mediano de venda das casas neste município passou de 185 para 302 euros por metro quadrado – uma subida de 63%. Em Manteigas, no mesmo período, os valores dispararam 47%, de 278 euros para 409 euros por metro quadrado. E, em Penalva do Castelo, os preços aumentaram mais de 43%, de 238 euros para 341 euros por metro quadrado.
Em contrapartida, o município mais barato continua a ser Pampilhosa da Serra, onde o metro quadrado é vendido a um preço mediano de 130 euros.
A verdade é que a subida dos preços das casas tem sido uma constante desde que o INE começou a divulgar esta informação, em outubro do ano passado. As estatísticas recuam até ao primeiro trimestre de 2016, altura em que o valor mediano das vendas de casas para habitação em Portugal era de 830 euros por metro quadrado. Desde então, os valores aumentaram a cada trimestre.